Policial

Delegado de RP fala sobre acusações de assédio e descumprimento de protocolos

Doutor Wagner Milhardo negou perseguir sua equipe e afirmou que denúncias não são verídicas

Delegado titular de Ribeirão Pires, doutor Wagner Milhardo

Imagem:Foto: Divulgação

Por Thainá Maria

O delegado titular de Ribeirão Pires, doutor Wagner Milhardo, tem sido alvo de acusações de assédio moral e descumprimento dos protocolos vigentes em razão da pandemia do novo Coronavírus. Os relatos ganharam repercussão ao longo desta semana, após jornais da região publicarem a denúncia supostamente feita por policiais do DP da Estância.  

A Folha procurou Milhardo, na tarde da última terça-feira (16), para questioná-lo a respeito dos episódios mencionados pelo então denunciante. O delegado aceitou falar sobre as acusações sofridas e afirmou tratar-se de histórias criadas por alguém que não concorda com sua permanência no cargo. 

Em relação ao episódio em que ele estaria perseguindo integrantes de sua equipe que não concordassem com suas ordens ou opiniões, o delegado afirmou que, ao longo desses dois anos a frente da Delegacia da Estância, sempre tratou os funcionários igualmente, prezando sempre pela humanização em seu relacionamento com os demais policiais e prestadores de serviços. “Muito pelo contrário, eu trato todos igualmente. Sem distinção de cargo.”  

Perguntado sobre a questão de não exigir o uso da máscara nas dependências da Delegacia, Milhardo foi enfático em afirmar que, desde a publicação do decreto estadual, sempre cumpriu e forneceu os equipamentos necessários para barrar a disseminação do vírus, implantando medidas no atendimento ao público, na apresentação de ocorrências feitas por policiais militares ou guardas municipais.  

“Independente das minhas crenças ou opiniões, eu jamais chegaria para a minha equipe e falaria o que estão divulgando nesses jornais, que a pandemia é uma conspiração, impedindo-os de usar máscara. Eu não tenho autoridade para impor essas questões pessoais”, afirmou. 

Enquanto era entrevistado por nossa equipe, Milhardo recebeu um dos policiais com quem trabalha diariamente. O investigador fez questão de afirmar a Folha que, em nenhum momento, recebeu ordens ou incentivo para ignorar os protocolos da pandemia ou sofreu qualquer tipo de assédio.  

A denúncia anônima ainda utiliza uma fotografia publicada pelo delegado em sua página particular nas redes sociais, como uma suposta prova, em que ele aparece sem máscara ao lado de sua equipe após a “Operação Motoboy”, deflagrada no último dia 22 - que chegou a ser intitulada de “operação midiática”, sem objetivos claros.  

Wagner Milhardo explicou que as operações, que tornou-se uma das marcas de seu trabalho na cidade, são ordens que vêm de seus superiores, que querem uma Polícia Civil mais participativa e presente nas ruas. “Todas as operações são comunicadas previamente ao delegado seccional, e possuem metas. Elas costumavam ser semanais, mas precisaram ser interrompidas em razão do aumento do número de casos da Covid-19”. 

“Estávamos sem máscara porque havíamos concluído a operação e estávamos felizes, por isso tiramos e fizemos a foto. Nos reunimos para ir até um restaurante almoçar após o término das atividades, que aconteceu em grupos de quatro pessoas em pontos diferentes. Eu não obriguei ninguém a tirar a máscara naquele momento”, reiterou a respeito da fotografia.  

O delegado ainda aproveitou a oportunidade para lembrar que, devido a união sua equipe e as operações - como a deflagrada na última segunda-feira (16), que resultou na captura de quatro foragidos e no cumprimento de um mandado de prisão -, Ribeirão Pires conseguiu resultados significativos como a redução dos principais indicadores criminais e a primeira colocação no quesito produção policial entre as delegacias da Seccional de Santo André. 

“Em nenhum momento esses jornais me procuraram para ouvir o que eu tinha a dizer”, finalizou Milhardo.
 

Mais lidas agora

Últimas em Policial