O casal acusado de manter dois canis clandestinos em Rio Grande da Serra e Ribeirão Pires foi preso na última segunda-feira (09). A dupla era alvo de um mandado de prisão preventiva, cumprido pela Polícia Civil com apoio da Guarda Civil Municipal de Rio Grande da Serra, e estava foragida desde o ano passado. Eles foram encontrados na última segunda-feira (09), em um escritório de advocacia em Ribeirão Pires.

Os acusados haviam sido presos em flagrante em fevereiro do ano passado e liberados ao serem beneficiados por um habeas corpus. Na época, 135 animais mantidos em situação de maus-tratos foram resgatados nos dois canis. No entanto, a Justiça acabou por acatar o pedido de prisão preventiva movido pela Polícia Civil – estando o casal foragido desde então.

A Promotoria de Justiça argumentou, durante a última audiência na última segunda-feira, que “conceder-lhes a liberdade agora seria contraditório, justamente em um momento do processo em que a manutenção da custódia é essencial para garantir a aplicação da lei penal.”

O caso veio a público após a Guarda Civil Municipal de Rio Grande da Serra localizar o primeiro espaço irregular que funcionava no município. De acordo com informações, no local foram encontrados mais de 45 animais mantidos em situação de precariedade. No espaço havia dois cachorros mortos.

A localização do galpão em que os animais eram mantidos se deu após uma denúncia anônima à Secretaria do Verde e Meio Ambiente de Rio Grande da Serra.

Ainda no mesmo dia, foi levantada a hipótese de que a responsável também administrava um canil semelhante em Ribeirão Pires, informação confirmada após a Equipe Ambiental da Estância localizar a residência, na Vila Marquesa, com os animais também em situação de abandono.

Segundo informações da Prefeitura de Ribeirão Pires, o local apresentava muita sujeira e fezes espalhadas por todos os cômodos. Havia cães desnutridos, sem água, sem comida e com possíveis doenças causadas pelo estado calamitoso do local. Os cachorros eram das raças Pug, Bulldog e Lhasa. Além deles, foram encontrados 85 pássaros entre calopsitas, periquitos-australianos e pixarros, além de duas aves já mortas ainda dentro das gaiolas.

Ambos os resgates tiveram apoio de equipes do Instituto Luísa Mell, que ficou responsável pela reabilitação dos animais.

Os acusados deverão responder pelo crime de maus-tratos a cães e gatos (Art. 32 da Lei 9695/98), com pena de 2 a 5 anos de reclusão, podendo a pena ser agravada pela morte de um dos animais.