Policial

Morte de jovem em RGS gera divergências e revolta na internet

Polícia afirma que corpo de jovem não apresentava marcas, enquanto amigos alegam que garoto foi vítima de agressão

Igor Ribeiro tinha 18 anos

Imagem:Foto: Divulgação / Redes Sociais

Por Thainá Maria

Desde que a morte de Igor de Oliveira Ribeiro, morador de Rio Grande da Serra, ganhou repercussão, diferentes versões acerca do caso passaram a circular nas redes sociais. Uma das divergências sobre a possível causa da morte é se o corpo do jovem de 18 anos apresentava ou não sinais de agressão. A Folha teve acesso ao boletim de ocorrência e, segundo o documento, Igor não possuía eventuais indícios de que teria sido agredido, no entanto amigos próximos afirmam que o corpo apresentava possíveis marcas de pauladas ou chutes.

De acordo com informações do registro do caso, ocorrido no início da madrugada da última quarta-feira (9), o pai da vítima recebeu uma ligação com número desconhecido, onde o autor afirmou ter visto o jovem no local dos fatos, conhecido como ponto de consumo de entorpecentes.  

O próprio pai teria entrado no matagal e encontrado o garoto desacordado, tendo o arrastado até a calçada para o atendimento da equipe médica da Samu. Apesar das manobras para reanimação, Igor não resistiu e teve óbito decretado no local. Ainda foi levantada a hipótese pela equipe médica de uma possível morte em decorrência de consumo excessivo de entorpecentes -  não confirmada pelas autoridades.   

A outra versão apresentada por amigos dá conta de que o garoto teria sido vítima de agressão, cometida por um suposto policial. De acordo com relatos, Igor estava no local conhecido como “pinicão” e, no momento em que estava de saída, foi surpreendido pela presença dos policiais. Os demais indivíduos que estavam no ponto conseguiram correr, enquanto o garoto ficou sob a mira dos militares.  

Ainda segundo os relatos recebidos pela nossa equipe, havia marcas  de agressão na região do pescoço do jovem. “Assim que encontramos o corpo, ele estava com a cara no chão, descalço, cheio de terra dentro do ouvido e parecia ser um chute, uma paulada na garganta dele”, afirmou um dos amigos de Igor.  

“Nós temos testemunha do que o policial fez, mas é usuário de drogas que fica na frente do pinicão, e como a polícia disse: ‘vai ficar ouvindo nóia? ’. A palavra de um usuário não tem poder na sociedade em que vivemos”, expressou. 

A Folha entrou em contato com a Polícia Civil, que afirmou aguardar o laudo com a definição da causa da morte do garoto de 18 anos. Procurados pela nossa equipe, familiares do jovem não se pronunciaram até o fechamento desta edição. 

Na tarde da última quinta-feira (10), amigos realizaram um ato em homenagem a Igor, na Praça da Bíblia, e pediram por Justiça.

“Moleque tranquilo, não fazia mal para ninguém. Foi muita covardia o que fizeram com ele”, finalizou o amigo.

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