Policial

Mãe luta para provar inocência de filho acusado de envolvimento em morte de PM

Segundo Lucivania Martins, o filho participava de um baile, em São Paulo, quando o policial foi capturado e morto em RGS

Anderson é acusado de envolvimento na morte do PM César Augusto

Imagem:Foto: Divulgação/Redes Sociais

Por Thainá Maria

Desde agosto de 2019, a vida de Lucivania Martins de Amorim tornou-se um verdadeiro pesadelo. O motivo foi a prisão de seu filho Anderson Martins da Silva, de 22 anos, acusado de envolvimento no assassinato do policial militar César Augusto de Souza, em julho do ano passado, no município de Rio Grande da Serra.

Anderson foi detido próximo a sua casa, na Vila Lavínia, no dia 12 agosto, após seu nome ser mencionado pelos primeiros acusados capturados pela Polícia Civil. Em entrevista concedida à Folha, Lucivania relatou os passos do filho no final de semana em que o policial militar foi capturado e morto por membros do tráfico de drogas. Segundo ela, Anderson e mais um amigo estavam em um baile na Zona Leste da capital paulista, conhecido como “Baile da DZ7”.

Nossa equipe entrou em contato com o álibi do jovem, identificado como Leandro. Ele conta que, no dia 28 de julho, os dois saíram de Rio Grande da Serra por volta das 22h com direção à Paraisópolis, retornando apenas na manhã seguinte. “A gente ia ficar até as 12h, mas ele (Anderson) estava com dor de cabeça e a gente veio já tinha amanhecido”, diz o amigo.

Lucivania ainda relatou que há imagens de câmeras de segurança de estações da CPTM que mostram Anderson acompanhado pelo amigo se dirigindo ao baile. As imagens foram solicitadas pelo juíz junto a Companhia em outubro do ano passado.

Ainda de acordo com o álibi, assim que chegou a Rio Grande da Serra, a dupla encontrou com alguns conhecidos que lhes disseram que na noite anterior um homem desconhecido (possivelmente o policial militar) havia dado umas “coronhadas” em alguns usuários de entorpecentes. Anderson retornou para casa por volta das 11h e, segundo sua mãe, permaneceu no local até a segunda-feira (30), dia em que o corpo de César Augusto foi localizado submerso.

Após a prisão, o jovem de 22 anos passou a apresentar sinais de depressão. “Ele ficou em Palmares,  Santo André, apanhando todos os dias com barra de ferro, desmaiou duas vezes. Depois que levou essas barras de ferro, ele entrou em depressão. Tem horas que não conhece mais a família, não consegue falar comigo por telefone”, diz a mãe.

Com a transferência do filho para a Penitenciária de Valparaíso, a situação de Lucivania ficou ainda mais complicada. Desempregada, ela batalha para conseguir dinheiro para realizar as visitas ao filho e fornecer os remédios controlados para o tratamento da depressão. “Era ele quem trabalhava para cuidar da casa. Eu estou passando muita dificuldade, tenho que cuidar das minhas filhas e de duas netas”, desabafa.

A Folha teve acesso a uma carta escrita por Anderson no presídio, na qual ele pede ajuda à mãe. Em um dos trechos, o jovem fala que está na cadeia sem ter cometido nenhum crime. “Nunca tive um problema com a Justiça. Tenho 22 anos e nunca tive passagem”, escreve o acusado.  

No final da carta, ele agradece a mãe pelos esforços e pede à ela para buscar seus direitos. “Corre atrás dos direitos do seu filho que está em uma penitenciária sem assistência nenhuma. Eu te amo, mãe! Obrigado por você estar correndo atrás das coisas para mim.”

De acordo com as últimas informações do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo com relação ao processo de Anderson, até o momento, não há atualizações quanto ao alvará de soltura para o acusado. 

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