A ideia deste artigo surgiu diante da busca de alguns pacientes em encontrar explicações em suas vidas para a tentativa de serem mais felizes, atribuindo ao outro a razão de sua felicidade.
É impossível a empreitada de mudar o outro. Só podemos assumir a responsabilidade da mudança de nós mesmos. A proposta é de caminhar em parceria.
Os detalhes que uma pessoa se incomoda com o outro são questões muito da pessoa, que podem estar reprimidas ou não resolvidas.
O outro é um espelho. Incomodo ou me atraio por alguém pela identificação que possuo com essas características. Há uma atração pela diferença que parece uma falta e uma fascinação pelos aspectos que a pessoa não possui.
Não é possível mudar o outro, pelo fato de aquela característica que me incomoda, na verdade é uma projeção minha. No outro.
A felicidade não vem do outro e sim de nossas próprias ações e não das pessoas envolvidas na convivência.
Ao invés de lidar com as diferenças como algo que ameaça e afasta, podemos também vê-las como agregadoras de ampliação de formas de enxergar a relação.
Mostrar que o outro pode nos causar incômodo e em quê, e, partilhar os limites de cada um, é interessante, na medida que mostro os meus limites e nada além disso (como querer mudar o comportamento do outro).
A qualidade de nossas atitudes é a única maneira que temos para influenciar o nosso meio e o comportamento de quem convive conosco.
A maneira como significamos os acontecimentos de nossas vidas e as pessoas, influencia diretamente no modo como nos sentimos diante deles, que por conseguinte muda a maneira que vejo a pessoa.
É a minha forma de olhar para o outro que determina a mudança da convivência.
Portanto, a qualidade e a maneira como minhas lentes enxergam as pessoas, o mundo e o futuro, se os quero alterar ou julgá-los ou se espero determinada reação específica deles comigo, é que vão determinar como o outro ou o mundo representa e se apresenta a mim.
Imagem: Folha de Ribeirão Pires
Anne Lucy Vieira
Psicóloga
Psicóloga CRP 84.643/6 @annelucypsicologa