Economia

Desenrola deve impactar inadimplência no Grande ABC, apontam dados

Número de inadimplentes residentes na região cresceu somente 0,84% entre junho e julho

Imagem:Marcello Casal Jr /Agência Brasil

Por Redação

A CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) de São Caetano do Sul apresentou novo estudo de inadimplência na região, com dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e apoio da Agência de Desenvolvimento Econômico Grande ABC. As informações mostram que o programa Desenrola Brasil, recentemente lançado pelo Governo Federal, deve impactar diretamente os números da inadimplência nas sete cidades.

Nesta primeira fase, o programa possibilitará o levantamento do registro de inadimplência de dívidas até RS 100,00 e a renegociação de dívidas bancárias. Nesse sentido, conforme os dados divulgados pelo CDL, 25,60% dos consumidores da região têm dívidas no valor de até R$ 500, percentual que chega a 37,86% quando se fala de dívidas de até R$ 1.000. Além disso, o setor com participação mais expressiva do número de dívidas no período foi Bancos, com 71,17% do total de dívidas, destacando a importância e o impacto que a política terá na região.

Além disso, os dados destacam que o número de inadimplentes no ABC cresceu 9,56% em julho de 2023, em relação a julho de 2022. O dado ficou acima da média da região Sudeste (6,64%) e acima da média nacional (6,79%). Entretanto, vale destacar que na passagem de junho para julho, o número de devedores da região cresceu somente 0,84%. Na região Sudeste, na mesma base de comparação, a variação foi de 0,98%, destacando um cenário positivo em virtude da baixa taxa de crescimento.

A abertura por faixa etária do devedor mostra que o número de devedores com participação mais expressiva de moradores no período foi o da faixa de 30 a 39 anos (25,49%). A participação dos devedores por sexo segue bem distribuída, sendo 50,40% mulheres e 49,60% homens. Ainda, o tempo médio de atraso dos devedores negativados é igual a 25,8 meses, sendo que 35,83% dos devedores possuem tempo de inadimplência de 1 a 3 anos.

No mesmo mês, o número de dívidas em atraso de moradores cresceu 20,00%, em relação a julho de 2022. O dado ficou acima da média da região Sudeste (14,88%) e acima da média nacional (14,22%). Na passagem de junho para julho, o número de dívidas na região cresceu 0,52%. Na região Sudeste, nessa mesma base de comparação, a variação foi de 0,26%.

Ainda no período, cada consumidor inadimplente tinha em média 2,103 dívidas em atraso. O número ficou acima da média da região Sudeste (2,095 dívidas por pessoa inadimplente) e acima da média nacional registrada no mês (2,061 dívidas para cada pessoa inadimplente).

O presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de São Caetano do Sul, Alexandre Damásio, destaca o papel que o programa pode desempenhar na região, mas alerta sobre os setores das dívidas. “Há uma grande quantidade de moradores que podem ser beneficiados pelo programa Desenrola, informação que teremos nos próximos estudos. Entretanto, é alarmante o aumento de dívidas nas contas de luz e água, setor com participação de 13,20% dos inadimplentes”, comenta Damásio.

O presidente da Agência de Desenvolvimento, Aroaldo da Silva, destaca mecanismos estruturais que também possam auxiliar a população. “É uma importante sinalização a inadimplência não continuar crescendo da forma que estava, mas ainda olho os dados com preocupação. Acredito que programa do governo federal deve auxiliar muitas pessoas a saírem dessa situação, voltarem a ter crédito, mas precisamos pensar em questões mais estruturais, começando com educação financeira, acesso ao crédito mais barato e a melhoria na renda de parte expressivas população, questão que passa por discutirmos empregos mais estruturados, com maior intensidade tecnológica e de conhecimento”, relata Silva.

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