Política

Gestão de Claudinho da Geladeira vira alvo da Câmara Municipal pela 3ª vez

Legislativo aprovou criação de CEI para apurar possíveis pagamentos realizados por Admir Ferro a ex-funcionário da Casa de Leis

Admir Ferro, secretário do Governo de Geladeira, deverá ser convocado

Imagem:Divulgação/PMRGS

Por Thainá Maria

Mesmo após ter seu mandato de prefeito de Rio Grande da Serra cassado no início deste mês, Claudinho da Geladeira (PSDB) e membros de sua gestão seguem na mira da Câmara Municipal. Desta vez, os vereadores aprovaram, por 10 votos a três, a criação da CEI (Comissão Especial de Inquérito) para apurar as possíveis transações via pix realizadas pelo então secretário de Governo Admir Ferro ao ex-chefe de assessoria do Legislativo Gabriel Campagnoli.

A investigação foi instaurada a pedido do vereador Marcelo Cabeleireiro (PSD) após a delação  do ex-servidor da Câmara ao Ministério Público. As apurações devem durar 45 dias, podendo ser prorrogadas por mais 45 dias caso haja necessidade.

Na tarde da última quinta-feira (14), Elias Policial (Podemos) e Roberto Contador (Avante) foram escolhidos presidente e relator do bloco. Também foram decididas as datas da convocação de Ferro e Campagnolli, que deverão prestar esclarecimentos a respeito da denúncia.

Os trabalhos da CEI também deverão se aprofundar na tentativa de Claudinho da Geladeira em aliciar um suplente de um dos vereadores do município, na tentativa de impedir sua cassação.

As declarações de Gabriel Campagnolli serviram como ponto para a retomada das comissões processantes que resultaram no impeachment de Claudinho, cassado duas vezes pela Câmara Municipal dentro de 24 horas.

Em uma delas, Claudinho era acusado de não responder 17 requerimentos de informações solicitados por vereadores. Já a outra apurou a denúncia de fura-fila da vacina contra a Covid-19, ocasião em que o chefe do Executivo possivelmente teria admitido que uma funcionária da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos fosse imunizada quando apenas funcionários da saúde poderiam ser vacinados. Ambas as votações terminaram com nove votos a favor da cassação contra quatro.

As votações das comissões processantes foram suspensas em dezembro após a Justiça conceder liminar a favor de Claudinho. O juiz se baseou em depoimento à Polícia Civil de Gabriel Campagnoli, que admitiu ter adulterado o número de requerimentos com pedidos de informações protocolados na Prefeitura, que estavam sem resposta, e que deu origem a uma das ações de impeachment.

No entanto, a situação sofreu um revés após o mesmo funcionário voltar atrás em sua versão e realizar uma delação premiada ao Ministério Público  confessando ter sustentado uma versão dos fatos com intenção de prejudicar vereadores da cidade, a mando de Admir Ferro.

Junto à delação, o ex-chefe de assessoria da Câmara Municipal anexou prints de comprovantes de transferências bancárias realizadas em nome do Admir, naquilo que seria uma recompensa por sustentar a então narrativa de que os requerimentos de informação não teriam sido protocolados de maneira correta. A negociação entre as partes teria sido acordada no valor de R$ 4 mil mensais.

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