Política

Juiz autoriza retomada de comissões que pedem cassação de Claudinho

Decisão foi publicada na noite da última quinta-feira (23)

Claudinho da Geladeira é alvo de duas comissões processantes

Imagem:Divulgação/PMRGS

Por Thainá Maria

Após as últimas declarações do ex-servidor da Câmara Municipal de Rio Grande da Serra Gabriel Campagnolli, que revelou ter sustentado uma narrativa a mando do secretário de Governo, Admir Ferro, o juiz Alexandre Chiochetti Ferrari, da Vara Única do município, autorizou a retomada das duas comissões processantes que pedem a cassação do prefeito Claudinho da Geladeira (PSDB). A decisão foi emitida na noite da última quinta-feira (23).

"Contudo, sobreveio nova declaração de Gabriel Campagnolli, agora à promotora de Justiça da Comarca de Rio Grande da Serra, no sentido de que a versão pretérita era inverídica e que ele a havia prestado em troca de dinheiro oferecido pelo impetrante e seus assessores. Contudo, é evidente que os processos foram suspensos em razão das alegações de Gabriel. E assim sendo, é natural que as suspensões sejam revistas, na medida em que superadas as razões que a determinaram", afirmou Ferrari em sua nova decisão.

As votações das Comissões Processantes foram suspensas em dezembro após Ferrari conceder liminar a favor de Claudinho. O juiz se baseou em depoimento à Polícia Civil de Gabriel Campagnoli, que admitiu ter adulterado o número de requerimentos com pedidos de informações protocolados na Prefeitura, que estavam sem resposta, e que deu origem a uma das ações de impeachment.   

Delação premiada  

O ex-assessor parlamentar da Câmara Municipal de Rio Grande da Serra realizou, na última semana, uma delação premiada ao Ministério Público (MP-SP) confessando ter sustentado uma versão dos fatos com intenção de prejudicar vereadores da cidade, a mando de Admir Ferro - atual secretário de Governo da Gestão de Claudinho.

Gabriel Campagnolli afirmou que teria sido sondado por Ferro após seu desligamento do Legislativo. Sua intenção era saber o motivo que levou ao seu desligamento do Legislativo Municipal, bem como se o jovem poderia assegurar algumas narrativas sobre os requerimentos de informação.

Junto à delação, o ex-chefe de assessoria da Câmara Municipal anexou prints de comprovantes de transferências bancárias realizadas em nome do Admir, naquilo que seria uma recompensa por sustentar a então narrativa de que os requerimentos de informação não teriam sido protocolados de maneira correta. A negociação entre as partes teria sido acordada no valor de R$ 4 mil mensais.  

Impeachment de Geladeira  

O bloco de oposição ao prefeito sustenta que Claudinho cometeu pelo menos dois crimes de responsabilidade: o primeiro o fura-fila da vacina e o segundo a falta de resposta a requerimentos dos parlamentares.

Por outro lado, o prefeito sustenta que não cometeu tais crimes. Com relação ao fura-fila da vacina, o que houve foi a não publicação do ato oficial transferindo a funcionária acusada de furar a fila para a Secretaria de Saúde e com relação à falta de resposta a requerimentos, o prefeito sustenta que não houve resposta de poucos documentos e que os mesmos deveriam ter sido respondidos pelos secretários das respectivas pastas.

Em nota ao Diário do Grande ABC, A Prefeitura de Rio Grande da Serra afirmou que está ciente sobre a decisão da Justiça e aguarda orientação de advogados para proceder com os próximos passos.

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