Em uma sessão marcada por manifestações do público presente, a Câmara Municipal de Rio Grande da Serra aprovou o Projeto de Lei que nomeia o futuro Terminal de Rio Grande da Serra como “Benedicto Fumagalli” - figura que atuou no transporte rodoviário ao longo de sua vida.

O projeto de autoria dos vereadores Agnaldo de Almeida (PL) e Marcos Costa, o Tico (DEM) foi submetido à votação pela Casa de Leis na última quarta-feira (11). Ao todo, nove parlamentares foram favoráveis ao projeto, enquanto Marcelo Akira (Podemos), Zé Carlos (Cidadania), Elias Policial (Podemos) e Roberto Bernado (Avante) se colocaram contrários ao nome.

A propositura dos vereadores vem em contrapartida ao Projeto de Lei protocolado pelo prefeito Claudinho da Geladeira (PSDB) em dia 20 de abril que denominava a Rodoviária de “Zumbi dos Palmares”. O chefe do Executivo atendeu a um pedido feito pelo Movimento Negro de Rio Grande da Serra e ABC, em 19 de novembro do último ano, e que foi ratificado pelo Conselho Municipal de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra e Afrodescendente, ocorrido em 5 de fevereiro, durante a I Conferência Municipal de Igualdade Racial.

Ao término da votação, moradores de Rio Grande da Serra e integrantes de Movimento Negro se manifestaram contra a aprovação do projeto. Um dos munícipes chegou a se exaltar e alegar que os vereadores estão “cometendo uma grande injustiça” com a aprovação do projeto.

Durante a leitura da justificativa, o vereador Israel Mendonça (PDT) ressaltou que Benedicto Fumagalli é pai do atual presidente da Câmara Municipal, Charles Fumagalli (PTB), e da vice-prefeita Penha Fumagalli (PTB).

“É nosso dever render justa homenagem àqueles que com seu trabalho, seu exemplo e sua dedicação contribuíram para o desenvolvimento, divulgação e valorização do nosso município, como os relevantes serviços prestados com o transporte de passageiros pelo senhor Benedicto Fumagalli”, diz um trecho do projeto de lei.

Emocionado, Charles Fumagalli agradeceu aos autores do projeto pela homenagem a seu pai e aos vereadores que votaram a favor.

O presidente também fez agradecimentos aos quatro parlamentares que foram contrários ao projeto que, segundo ele, “tem história na cidade”.

“É fácil quando as pessoas vêm querendo impor as coisas para essa Casa de Leis, na qual nós já tínhamos trazido a história da família Fumagalli. Meu pai foi um dos primeiros moradores da Vila Lopes, motorista de profissão por 50 anos”, disse o vereador que ressaltou o legado deixado por seu pai em vida, já que também atuou como motorista de ônibus por 22 anos.