Política

Câmara de Rio Grande da Serra é alvo de operação após denúncias de ex-funcionário

Documentos que serviram de base para abertura de um dos processos que pedem a cassação do prefeito Claudinho da Geladeira teriam sido fraudados

Operação foi deflagrada na tarde da última sexta-feira (10)

Imagem:Foto: Folha Ribeirão Pires

Por Thainá Maria

Os últimos dias foram movimentados no cenário político de Rio Grande da Serra. Após a Justiça ter suspendido a votação das Comissões Processantes que tinham como objetivo cassar o mandato do prefeito Claudinho da Geladeira (PSDB), a Câmara Municipal foi alvo de uma operação do GOE (Grupo de Operações Especiais) e do Demacro (Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo), motivada pelo depoimento de um ex-servidor ligado ao presidente da Casa, Charles Fumagalli (PTB).

A operação foi deflagrada na tarde de sexta-feira (10). Documentos que seriam utilizados na votação dos processos de impeachment foram apreendidos pelos policiais.

De acordo com depoimento, o assessor parlamentar teria adulterado o número de requerimentos com pedidos de informações protocolados na Prefeitura e que não haviam sido respondidos a pedido do presidente da Câmara. O número de requerimentos não respondidos pelo prefeito foi uma das motivações que levaram ao pedido de cassação de Geladeira.

“Entre os meses de julho e agosto recebi a incumbência do vereador Charles Fumagalli de fazer o levantamento de todos os requerimentos que haviam sido encaminhados à Prefeitura e não haviam sido respondidos. Fiz o levantamento, havia 17 em aberto, dos quais apenas cinco já haviam sido protocolados junto a Prefeitura. Ocorre que Charles entendeu que seriam poucos e pediu para dar um jeito de colocar todos os 17 como se tivessem sido protocolados”, disse em um dos trechos do depoimento.

Além de denunciar a possível falsificação de documentos, o ex-funcionário também afirmou que chegou a ser procurado por Fumagalli, mesmo não exercendo mais funções para o Legislativo do município, para saber se era possível burlar o sistema E-SIC - canal em que o cidadão pode solicitar informações, com base no princípio do direito à informação.

“Soube por meio do advogado da Câmara que seria efetuado um protocolo de pedido de informações com data retroativa ao que indaguei sobre o protocolo, pois há um livro de protocolos, e segundo soube iriam arrumar um espaço no livro para inserir este protocolo”, completou. “Neste momento, já sabia do que se tratava, pois sabia que os requerimentos da Câmara para a Prefeitura, os quais seriam usados como bases para o pedido de afastamento do prefeito, estavam preparados.”

Ao longo de seu depoimento, o ex-assessor parlamentar mencionou o nome de um dos vereadores que integram a Câmara Municipal e que estaria de acordo com a fraude arquitetada, o qual também envolvia falsificação de assinatura.

Mesmo diante das afirmações, o juiz Alexandre Chiochetti Ferrari, da Vara Única do município, disse que por ora não se faz absolutamente nenhum juízo de valor a respeito do teor do depoimento prestado. “Não se sabe e nem há mínimas condições de saber se a sua palavra procede ou não, mesmo porque ainda preliminares as investigações. Por outro lado, não se pode desconsiderar que as afirmações são graves e revelam inclusive suposta motivação por trás da deflagração dos processos de cassação do prefeito”, reiterou.

Após a decisão de Ferrari, o prefeito Claudinho da Geladeira usou as redes sociais para afirmar que “a Justiça foi feita”.

“Agradeço a todos que acreditaram em mim e no meu Governo. E todos aqueles que estiveram ao meu lado. Agora, todos os meus esforços são para levar mais qualidade de vida e desenvolvimento para Rio Grande da Serra e, minhas portas estão abertas para quem deseja pavimentar esse caminho junto comigo”, expressou Geladeira.

 

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