Política

Justiça suspende votação de cassação de prefeito que seria hoje

Comissões Processantes tem o objetivo de cassar o mandato de Claudinho

Prefeito Claudinho da Geladeira

Imagem:Reprodução/Redes Sociais

Por Redação

Perto das 23 horas de ontem o  juiz Alexandre Chiochetti Ferrari, da Vara Única do município, concedeu liminar suspendendo as votações das Comissões Processantes que seriam hoje na Câmara de Rio Grande da Serra e que tem como objetivo cassar o mandato do prefeito Claudinho da Geladeira (PSDB).  As votações ocorreriam em duas sessões no dia de hoje: uma às 10 horas e outras às 18 horas.

O juiz, para conceder a liminar a favor de Claudinho, se baseou em depoimento à Polícia Civil do ex-assessor parlamentar do presidente da Câmara Gabriel Henrique Afonso Campagnoli, que admitiu ter adulterado o número de requerimentos com pedidos de informações protocolados na Prefeitura, que estavam sem resposta, e que deu origem a uma das ações de impeachment. 

Nas considerações, o magistrado diz que “não se sabe e nem se há mínimas condições de saber se a sua palavra (de Gabriel) procede ou não... Por outro lado, não se pode desconsiderar que as afirmações são graves e revelam inclusive suposta motivação por trás da deflagração dos processos”. 

O bloco de oposição ao prefeito sustenta que Claudinho cometeu pelo menos dois crimes de responsabilidade: o primeiro o fura-fila da vacina e o segundo a falta de resposta a requerimentos dos parlamentares.

Por outro lado, o prefeito sustenta que não cometeu tais crimes. Com relação ao fura-fila da vacina, o que houve foi a não publicação do ato oficial transferindo a funcionária acusada de furar a fila para a Secretaria de Saúde e com relação a falta de resposta a requerimentos, o prefeito sustenta que não houve resposta de poucos documentos e que os mesmos deveriam ter sido respondidos pelos secretários das respectivas pastas.

Na última quarta-feira (8), os integrantes das duas Comissões Processantes aprovaram os documentos preparados após o período de apuração das denúncias.

Em sessões extraordinárias, uma às 9h e outra às 11h, os parlamentares realizaram a leitura da documentação, o que durou cerca de quatro horas. Um dos relatórios, elaborado para apurar a falta de respostas do Executivo a requerimentos de vereadores com pedidos de informações, foi aprovado por unanimidade. Já a outra ação, que investiga possível fura-fila da Covid-19, obteve dois votos favoráveis e um contrário.

Agora, com a aprovação dos dois relatórios, os documentos  serão apreciados pelos vereadores, agora sem data para acontecer. Caso sejam aprovados pelos vereadores, Claudinho da Geladeira deverá ter o mandato cassado. Para isso, são necessários 2/3 dos votos da Casa, nove vereadores, número exato dos que fazem oposição ao tucano.

Por meio de Nota, o Governo de Claudinho alegou que os argumentos elencados nos relatórios são frágeis. “A gestão de Rio Grande da Serra informa que não tomou conhecimento dos relatórios aprovados pelas comissões. No entanto, acredita que não há motivo para o prefeito Claudinho da Geladeira ser cassado, já que é um homem sério, honesto e que foi eleito legitimamente pela maioria da população do município”, afirmou.

Conforme o vereador Claudinho Monteiro (PTC), um dos oposicionistas e presidente da comissão que apura a falta de respostas aos requerimentos, a aprovação dos relatórios mostra que o prefeito pode ter realizado ações que esbarraram em crime de responsabilidade.

“Creio que tanto eu como os demais membros da comissão trabalhamos com a maior lisura e respeito, ao contrário do prefeito, que não respeitou as comissões, tratando tudo de qualquer jeito. Aliás, no mesmo nível do Governo dele, desrespeitoso”, declarou Claudinho Monteiro.

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