Cidades

“Mutirão da Mamografia” deve reduzir apenas 20% da fila de espera registrada em Ribeirão

Apenas 330 das 1.540 pacientes que estão à espera do exame mamográfico serão atendidas pelo mutirão municipal

Mamografia pode detectar tumor que não é perceptível com autoexame

Imagem:Divulgação: PMRP

Por Marília Gabriela

O grande volume de mulheres à espera do principal exame diagnóstico e preventivo ao câncer de mama foi divulgado pela Folha na edição da última terça-feira (5). No dia seguinte, a Prefeitura tornou pública a estratégia encontrada junto à pasta da Saúde para solucionar a lentidão da prestação do serviço à população feminina da cidade. “Mutirões de mamografia” serão realizados às quartas-feiras e aos finais de semana no Hospital e Maternidade São Lucas, ao longo do mês de outubro.

Contudo, o mutirão vai atender apenas 330 das 1.540 pacientes (21%) que aguardam na fila de espera para realizar o exame de mamografia na rede pública de saúde da cidade.

Segundo a Prefeitura, os exames serão destinados somente às mulheres que foram contactadas previamente pela central de vagas do município e estejam na fila de espera, além disso, será necessária a apresentação do encaminhamento médico.

“Quem for convocada, compareça. É de suma importância cuidar de si e da saúde”, afirmou o médico ginecologista e um dos responsáveis pelo atendimento à saúde da mulher em Ribeirão Pires, Mário Sérgio Alves da Cunha.

Vale ressaltar que especialistas da saúde reforçam que zerar a fila de mamografia deveria ser uma prioridade neste momento. A ação se faz urgente e necessária, haja vista que as consequências do atraso na realização de exames e procedimentos oncológicos são muito graves, podendo agravar a doença e consequentemente o aumento da agressividade do tratamento.

O Ministério da Saúde afirma que o exame de mamografia é um importante instrumento para o diagnóstico precoce, contribuindo para um tratamento eficaz da paciente, que se dá através de um exame de raio-x onde a mama é comprimida, podendo detectar tumores que não são perceptíveis com o autoexame.

A fila para a realização de exames preventivos ao câncer de mama segue em alta também em outras cidades do Grande ABC. São 5 mil pacientes que ainda não foram atendidas.

A maior parte, cerca de 51%, refere-se à cidade de Diadema, que registra 2.587 mulheres na fila de espera, outras 300 pacientes aguardam por atendimento em Santo André. Soma-se a contagem as 1.540 pacientes registradas na Estância.

São Bernardo do Campo informou que não há pacientes à espera de exames mamográficos. Mauá e Rio Grande da Serra não divulgaram os dados.

A Associação de Prevenção do Câncer na Mulher (Asprecam) alerta que além de reduzir as filas, é necessário fortalecer as políticas públicas de atenção à saúde.

Segundo o INCA, Instituto Nacional do Câncer, a ocorrência de câncer de mama no Brasil é de cerca de 66 casos a cada 100 mil mulheres, sendo uma das cinco maiores taxas do mundo, com uma mortalidade de 16,4%.

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