Política

Prefeitura quer fechar Biblioteca Municipal e levar acervo para Parque Oriental

Livros foram encaixotados para serem alojados no salão multiuso do Parque

Teatro Euclides Menato era responsável por armazenar acervo

Imagem:Foto: Reprodução/Redes Sociais

Por Marília Gabriela

Uma das áreas ligadas a história de Ribeirão Pires e ao fomento da Cultura e Educação está abandonada pela Administração do prefeito Clóvis Volpi (PL), é o que alerta o Conselho de Artes Editoriais, ligado ao Conselho Municipal de Políticas Culturais de Ribeirão Pires, que contesta a articulação promovida pela Prefeitura e pelo Legislativo quanto ao fechamento da Biblioteca Municipal, instalada no Teatro Municipal Olavo Bilac e envio do acervo, composto por cerca de 40 mil livros, para o salão multiuso do Parque Oriental.

“Quando assumimos, em 2020, enviamos ofício solicitando esclarecimentos sobre o estado do acervo municipal de livros e o rumo da Biblioteca para a gestão de Kiko Teixeira, mas não tivemos resposta. Em fevereiro, novamente por ofício, cobramos a gestão de Clóvis Volpi que respondesse aos questionamentos”, comentou o Conselho, que afirmou que segue na terceira tentativa, através de novo ofício enviado na sexta (23), para verificar sobre o futuro da Biblioteca, haja vista que funcionários do Paço estariam encaixotando os livros para enviarem ao Parque Oriental.

“Desejamos demonstrar nossa indignação em novamente termos sidos excluídos de participar das decisões sobre a mudança da Biblioteca e dos rumos da Cultura na nossa cidade, tema que pertence a esta comissão”, disse o Conselho.

“Nosso interesse é fortalecer as escritas locais, editoras e projetos de incentivo à leitura (...) Apoiamos as atividades culturais e fiscalizamos as mudanças realizadas na cidade, que devem ser feitas com participação social.”, explicou.

O abandono da Biblioteca se faz presente desde a gestão anterior, pois, ao migrar o acervo que estava na Fábrica de Sal para o Teatro Euclides Menato, não houve a adequação técnica necessária. O Conselho de Artes Editoriais ainda alerta para a segunda transferência do acervo, que ao ser encaminhado para o Parque Oriental, poderá sofrer com a umidade provocada pela proximidade com a represa Billings. Além da dificuldade de acesso por moradores de bairros afastados.

Em ofício, o Conselho questionou a Prefeitura se esta mudança tem um planejamento. “O espaço tem ou terá laudo técnico e alvará de funcionamento por parte dos Bombeiros?; O espaço será adaptado para receber a Biblioteca?; Qual o custo da mudança para os cofres públicos?; Há perspectiva de aumentar o acervo e de modernizar a Biblioteca Municipal?”.

Outras questões estão relacionadas a equipe de funcionários que deve atuar no Parque, haja vista que no período em que o acervo esteve no Teatro Euclides Menato, apenas três funcionários atuavam no local em um período de 6 horas diárias.

“Nos sensibilizamos com esta pauta, pois a Biblioteca é lugar de Cultura e não depósito de livros.  É necessário investir em ações culturais como rodas de conversa com autores, oficinas, contação de histórias, mediação de leitura. Fomos eleitos para aconselhar o melhor caminho para a cidade. Temos competência para pensar na Biblioteca juntos, queremos que a cidade possa contribuir, e que este espaço não seja deixado de lado”, disse o Conselho, que lembra que quando a Biblioteca estava nas dependências da Fábrica de Sal, o público podia desfrutar de um  espaço com comodidade, e por isso, luta para que a Administração Municipal abra espaço para o diálogo.

Contudo, a questão ganha um agravante quando o principal mediador da Comissão de Cultura atua contra o Conselho Municipal. “Marcilio Duarte tem sido sido um mediador que cria conflitos e burocratiza, envenena a equipe contra o Conselho, pois tem questões pessoais que coloca à frente do coletivo”, denunciou o Conselho. “Desejamos que a Câmara de Vereadores fiscalize a Comissão de Cultura e a Prefeitura, e que confira se a Lei do Conselho Municipal está sendo posta em prática na cidade”, finalizou.

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