A vida de Claudinho da Geladeira (PSDB) à frente da Prefeitura de Rio Grande da Serra não tem sido nada fácil. Após o início de trabalho turbulento - agravado com a CEI ( (Comissão Especial de Investigação) que apura um suposto fura-fila da vacina -  e uma briga política cada vez mais evidente, Geladeira optou por romper com o Podemos - partido pelo qual foi eleito no último pleito - e se filiar ao PSDB.  

A troca de sigla parece não ter agradado adversários políticos e, desde que a notícia tornou-se pública na última semana, o chefe do Executivo Municipal tem sido alvo de constantes ameaças de morte.  

A Folha teve acesso às informações do boletim de ocorrência feito pelo prefeito, na última segunda-feira (19). No entanto, o documento não relata com precisão as ameaças enviadas à ele. De acordo com o prefeito, as intimidações chegaram até seu conhecimento durante o cumprimento de agenda pelas ruas do município. Segundo o registro da ocorrência, as ameaças ocorreram no dia 11. 

Diante da situação e o risco iminente, Claudinho optou por reforçar sua segurança, mobilizando agentes da Guarda Civil Municipal.

Além disso, segundo informações, o prefeito também passará a circular com carro blindado e contará com segurança pessoal.  

A Folha conversou com o delegado titular de Rio Grande da Serra, doutor Márcio Macedo, que afirmou que o caso  já foi registrado oficialmente. “Estamos trabalhando para estabelecer a autoria, para que possa responder criminalmente.” 

Recentemente, um texto falando sobre as baixas sofridas no governo de Claudinho, ao longo de sete meses, passou a circular nas redes sociais. A mensagem enviada aborda os supostos escândalos da gestão, bem como as ameaças sofridas pelo prefeito. “O desgaste tem sido grande com essas brigas internas e tem enfraquecido a popularidade do Prefeito Claudinho da Geladeira, que precisa ter a serenidade para tomar suas decisões acertadas no meio dessa turbulência de escândalos promovidos por sua base “aliada”, e, com tudo isso quem perde é a população de Rio Grande da Serra”, diz o texto.  

Vale ressaltar que Rio Grande da Serra possui um histórico de ataques a figuras políticas. Em 1998, José Carlos de Arruda, o Carlão Arruda (PRP), foi sequestrado e executado com cinco tiros. Anos depois, em 2004, a filha de então candidato a vice, Nilson Gonçalves de Sousa, foi sequestrada por uma quadrilha no dia das eleições municipais. Emile Perez de Souza tinha 10 anos e foi mantida em um cativeiro por 10 dias, onde foi violentada sexualmente e morta. 

 O caso mais recente foi o do atual vereador do município, Marcelo Akira (Podemos), que ficou desaparecido por algumas horas após sofrer uma tentativa de assalto em dezembro do ano passado. O parlamentar foi encontrado em uma casa localizada em região de mata.