Cidades

Cartórios de São Paulo registram aumento de óbitos na faixa de 20 a 59 anos

Redução em faixa etária mais alta já vacinada chegou a 70%, de acordo com dados do Portal da Transparência do Registro Civil

Mudança no cenário teve início no mês de fevereiro

Imagem:Foto: Folha Ribeirão Pires

Por Redação

Ainda que em ritmo lento e muitas vezes prejudicada pela falta de insumos e doses, a vacinação em massa de sua população é mesmo a grande saída para São Paulo superar a grave crise de saúde pública e os prejuízos à economia causados pela Covid-19 que, em março deste ano, registrou o maior índice de mortes no estado e, em abril, já supera o número de nascimentos em muitos municípios.

Este é o caminho que apontam os dados de óbitos contabilizados pelos Cartórios de Registro Civil do País, que mostram uma redução de 70% nas mortes de pessoas entre 90 e 99 anos; de 54% entre aquelas de 80 a 89 anos; e de 3% entre os que possuem entre 70 e 79 anos - este último grupo ainda em período de quarentena entre as aplicações de doses e efeito da vacina -, na comparação entre a média de óbitos destes grupos desde o início da pandemia e os primeiros 15 dias do mês de abril deste ano.

Os idosos da faixa etária entre 90 e 99 anos representavam, em média, 7,1% do total de mortos pela Covid-19 desde o início da pandemia. Em março, já com os primeiros reflexos da vacinação para esta idade, passaram a representar 3% dos óbitos e, nos primeiros dias de abril, 2,1% do total de falecimentos. A faixa entre 80 e 89 anos, passou de uma média de 20,6% do total de mortos para 14,5% em março, e para 9,5% em abril. Já os óbitos entre a população de 70 a 79 anos que, em muitos Estados, acabou de receber a 2ª dose da vacina, passou de uma média 25,6% do total de óbitos para 24,8% em abril, dando início a uma redução.

 

Mais jovens estão morrendo

 

Se no começo da pandemia, a faixa etária de pessoas com idades entre 60 e 89 anos eram aquelas que proporcionalmente mais vinham a óbito causado pelo novo coronavírus em São Paulo, este cenário começa a se alterar, com o aumento proporcional de mortes entre pessoas de faixa etária mais jovem, que vão dos 20 aos 59 anos. A mudança teve início em fevereiro, com aumento em março, que se mantém nos primeiros dias de abril.

Os óbitos de pessoas com idades entre 20 e 29 anos, que até o mês de março representavam, em média, 0,8% dos falecimentos por Covid, passaram a ser 1,2% em abril, o que representa um crescimento de 40% no número de mortes. Já a quantidade de óbitos de pessoas entre 30 e 39 anos, que representavam, em média, 3% das mortes, subiram em abril para 5%, crescimento de 69% no número de mortes por Covid-19.

A faixa de pessoas entre 40 e 49 anos é a mais afetada pelo aumento no número de falecimentos causados pela nova fase da pandemia. Até janeiro de 2021, representavam 5,4% dos óbitos causados pela doença. Em fevereiro passaram a representar 6,7%, em março 9,92% e, nos primeiros dias de abril, já representam 10,5% do total de mortos pela doença no Estado. Em relação à média de óbitos desde o início da pandemia, esta faixa etária, que representava 6,4% dos óbitos, deu um salto e agora corresponde a 63% do número de mortes nos primeiros dias de abril.

Também bastante afetada pela Covid-19 nesta 2ª onda da pandemia, a população com idade entre 50 e 59 anos representava, em média, 12,3% do total de mortes pelo novo coronavírus no primeiro ano completo da pandemia. Em fevereiro passou a representar 13,4%, em março para 16,69% e, nos primeiros dias de abril, representa 18,8% do total de mortos por Covid-19, um aumento de 53% no número de mortes pela doença.

Começando agora a entrar no calendário de vacinação nos municípios paulistas, a população entre 60 e 69 anos segue sendo afetada pela pandemia. Até março de 2020 representavam, em média, 23% dos óbitos por Covid em São Paulo. Este número vem subindo nos últimos meses, passando para 25,4% em março e 27,4% na primeira quinzena de abril, o que representa um aumento de 19% nos óbitos causados pela doença.

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