Os Sindicatos dos Ferroviários de São Paulo e dos Engenheiros de São Paulo, bem como o  Sindicato dos Ferroviários e o Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Transporte Rodoviários (Sintetra), anunciaram  que podem paralisar a prestação de serviços nos próximos dias. Ambos os setores do transporte público pedem por respostas quanto à inclusão de tais profissionais no grupo prioritário da vacinação contra o Coronavírus. Além disso, os ferroviários protestam contra o não pagamento do PPR (Programa de Participação nos Resultados) 2020, que devia ter sido realizado no dia 31 de março.    

No caso dos rodoviários, no último dia 22, houve paralisação momentânea na circulação de ônibus em todo o Grande ABC - ocasião em que  a categoria pediu pela aplicação de vacina aos trabalhadores. “Estamos na linha de frente também. Nosso serviço é essencial e estamos expostos a riscos de contaminação. Têm ocorrido mortes de trabalhadores de transportes por causa da Covid-19”, pontuou um dos manifestantes, que não quis se identificar.   

O presidente do Sintetra, Leandro Mendes da Silva, afirmou que a data limite para o envio da resposta aos ofícios enviados ao Governo do Estado e ao Consórcio Intermunicipal Grande ABC era até a última quinta-feira (15). Caso a situação continue sem posicionamento até o prazo expedido, a categoria entrará em greve na próxima terça-feira (20). Até o fechamento da edição desta sexta-feira (16), o Sintetra não divulgou se houve resposta quanto à solicitação. 

Na tarde da última quinta-feira (15), o secretário de Saúde, Audrei Rocha, participou de reunião com o Comitê de Enfrentamento a Covid-19, ocasião em que foi encaminhado ao Governo do Estado parecer para tentar viabilizar a imunização da categoria. Outra investida do município para garantir essa vacinação está sendo estudada pelo Departamento Jurídico. A Prefeitura informou que já elaborou todo o esquema de vacinação e só aguarda o aval para iniciar a ação. Ao todo, 176 profissionais do transporte público estão na lista da vacinação de Ribeirão Pires.  

Já a greve dos ferroviários está prevista para começar no dia 27 e deve seguir por tempo indeterminado, paralisando todas as linhas representadas pelos sindicatos na CPTM.   

“Todos os trabalhadores de serviços essenciais estão sendo vacinados, menos os trabalhadores do transporte público. São Paulo não parou porque nós não paramos. Então, se somos essenciais, temos de ser vacinados. Os ferroviários estão expostos diariamente, mesmo tomando todos os cuidados e sem os equipamentos de proteção ideais. A cada imagem de estações e trens lotados, tem os ferroviários na linha de frente expostos a todas as variantes do Coronavírus. O risco é imenso. Merecemos respeito e ao menos uma resposta positiva”, ressaltou José Claudinei Messias, presidente interino do Sindicato da Sorocabana.   

A paralisação dos metroviários foi aprovada no último dia 6 de abril, por meio de assembleia virtual. A paralisação ocorrerá na próxima terça-feira (20). Segundo a categoria, as sugestões dadas pelos profissionais no que tange ao enfrentamento à pandemia foram ignoradas pelo poder público. Nesta sexta-feira (16), os profissionais trabalharão de preto em um  ato de luto pelas vítimas da Covid-19.