O prefeito de Ribeirão Pires, Clóvis Volpi (PL) declarou na manhã de ontem que a partir da próxima segunda-feira as regras de contenção da disseminação do novo Coronavírus serão flexibilizadas na cidade, através de um decreto municipal que será publicado neste dia.

O prefeito afirmou que a medida de flexibilização está diretamente ligada a queda do número de mortos e de contaminados com o vírus em Ribeirão Pires. De acordo com o chefe do Executivo, até ontem, na UPA, haviam 3 pessoas em emergência, uma intubada e três na enfermaria.

No Hospital de Campanha haviam 24 pessoas na enfermaria, 12 na emergência e 4 intubados. “99% dessas pessoas são de Ribeirão Pires”, contou o prefeito. Ainda segundo ele, já são quatro dias que a cidade não registra óbitos. “Vou romper essa coisa de respeitar o Estado”, declarou Volpi.

Afirmando que mesmo que o Governo do Estado de São Paulo prorrogue a fase mais restritiva, o prefeito não irá seguir as determinações. Conforme o prefeito, o governador João Dória (PSDB) deverá estender esse período mais rígido até o final do mês.

“O nosso decreto municipal será mais maleável”, declarou. “O comércio pode esperar na segunda-feira uma liberdade maior para trabalhar”, no entanto ele declarou que algumas categorias de comerciantes estarão fora dessa nova liberdade, entre eles salões de cabeleireiros e bufets. “Estes estarão fora pois juntam muitas pessoas. Tem contato muito próximo com pessoas”, explicou o prefeito.

Quando Volpi se refere a uma liberdade maior ao comércio em geral, ele diz, principalmente, com relação ao serviço de retirada de produtos no local, sistema drive thru e delivery. Entretanto, Volpi frisou que se os números de infectados e de mortos voltarem a crescer em Ribeirão Pires, a medida será revista. “Se tiver crescimento vou rever. A Covid não passou”, completou o prefeito, acrescentando que a população não afrouxe as regras, ou seja, não façam aglomeração.

Manifestação de comerciantes

Na última quarta-feira (31), dezenas de manifestantes participaram de carreata pelas ruas da região central da Estância reivindicando a reabertura dos comércios.  O grupo se reuniu às 15h na Avenida Valdírio Prisco, atrás do Paço Municipal. O protesto foi pacífico e acompanhado pela Polícia Militar.

“O objetivo principal é pedir a atenção do poder municipal para o comércio local. Nós sabemos que o pequeno comércio não gera aglomeração, pois cumpre com as medidas sanitárias, mas, infelizmente, é o primeiro a ser penalizado [pelas restrições]”, afirmou Gilberto Ferreira, um dos porta-vozes da manifestação, que pedia a reabertura do comércio.

Além disso, manifestantes também levavam cartazes com pedidos de intervenção militar. Em diversos veículos que participavam da manifestação haviam cartazes afixados mencionando o artigo 142 da Constituição Federal, o qual se alega poderes militares para uma intervenção das forças armadas no país.

“Esta foi uma pauta secundária, em consenso com alguns manifestantes, não era todos, contudo, devo esclarecer que sou a favor de uma intervenção sim”, afirmou Gilberto à Folha.