
Volpi concedeu primeira entrevista coletiva após 30 dias de mandato
Imagem:Foto: Reprdoção / Redes Sociais
Um verdadeiro caos. Essa foi a imagem deixada por Clóvis Volpi (PL) e seu secretariado durante a coletiva prestada à imprensa regional, na última quinta-feira (4), no que tange a situação financeira e estrutural em que Ribeirão Pires se encontra atualmente. A conversa com os jornalistas aconteceu no dia em que a nova gestão completou 30 dias corridos de Administração.
Volpi fez duras críticas a Administração anterior, chegando a afirmar que a equipe comandada pelo ex-prefeito Kiko Teixeira (PSDB) era composta por pessoas que não possuíam o menor zelo pela casa. Taxada de “catástrofe administrativa”, o prefeito ainda alegou que a desorganização deixada pela última gestão é tamanha e serão necessários 20 anos para que a Estância entre nos trilhos novamente.
“Se lá na frente, a população de Ribeirão Pires encontrar um candidato maluco, demoraremos muito mais que esse tempo para escalonar a dívida”, afirmou o prefeito, que ainda completou dizendo ser o pior cenário que já viu em sua vida política.
O ponto chave para revolta por parte de Volpi e os demais secretários é a dívida herdada, que totaliza R$ 238,8 milhões. Volpi ainda chegou a dizer que, é possível, haver pendências que vêm de gestões anteriores a de Kiko, mas reafirmou que a Administração passado é responsável por grande parte desta situação.
Grande fatia deste montante diz respeito ao Imprerp (Instituto Municipal de Previdência de Ribeirão Pires), que atinge o valor de R$ 41,1 milhões, enquanto os restos a pagar - parcela que reúne os pagamentos que devem ser feitos aos prestadores de serviços - somam R$ 87,3 milhões.
Tais valores foram passados por Eduardo Pacheco, secretário de Administração e Finanças do município, que ressaltou a questão do valor integral dos restos a pagar - R$ 52 milhões estão atrelados a serviços executados no último ano de gestão de Kiko. O secretário afirmou que para virar o jogo será preciso renegociar valores, rever contratos, reduzir a folha de pagamento, enxugar os gastos da máquina pública e buscar o aumento da receita.
“Não temos condições de pagar essa dívida em prazo menor. Vinte anos é o tempo mínimo que encontramos para acertar essa dívida sem prejudicar o pagamento dos outros funcionamentos do Executivo, como o pagamento de funcionários, por exemplo”, exclamou.
Clóvis Volpi ainda alegou que, em razão da situação desfavorável encontrada, os planos apresentados durante a campanha eleitoral podem demorar a sair do papel. “Por isso peço paciência porque vai demorar um pouco para implementar o que desenhamos. Mas não fugiremos de nossas responsabilidades”, disse.
Secretário de Saúde vai além e diz que Administração foi criminosa
O secretário de Saúde, Audrei Rocha, também não poupou palavras para falar sobre a última Administração, acusando-a de criminosa durante sua fala na coletiva de imprensa da última semana.
Dentre os problemas elencados pelo responsável pela pasta, está uma dívida de R$ 24 milhões, além de problemas contratuais em relação ao Hospital de Campanha, falta de insumos, falta de pagamentos de funcionários e afins.
Enquanto explicava sobre a situação atual da UPA Santa Luzia e do Hospital e Maternidade São Lucas - em que pacientes chegavam a espera de uma vaga de transferência do pronto socorro para o hospital por cerca de dois dias, devido a falta de enfermeiros e técnicos de enfermagem - , Rocha não ousou em apontar a responsabilidade criminal da gestão Kiko.
“Isso aconteceu por causa de uma gestão criminosa que, sem qualquer critério, colocou 40 funcionários do Hospital São Lucas de férias”, argumentou.
Apesar das dificuldades, o secretário afirmou que, dentro dos 30 dias de trabalho, buscou soluções imediatas para os principais problemas encontrados - entre eles, a reabilitação de 10 leitos do Hospital de Campanha e a compra de insumos.
Quanto a vacinação contra a Covid-19, Audrei afirmou que Ribeirão Pires entrou na fase final de imunização dos profissionais de saúde e que está pronta para a vacinação de idosos acima de 90 anos.
Educação, Esportes e Infraestrutura também estão no vermelho
Os responsáveis pelas pastas de Educação, Esportes (Sejel) e Infraestrutura também apresentaram um Raio-X com as condições desfavoráveis em que se encontram suas respectivas secretarias.
Tanto Rosi de Marco (Educação), quanto Claurício Bento (Esporte) e Rubão Fernandes (Infraestrutura) alegaram que os patrimônios correspondentes a cada secretaria encontram-se em situação de precariedade, e que a culpa está atribuída ao governo anterior.
Durante os cinco minutos de fala que lhes foram concedidos durante a entrevista coletiva, os reponsáveis pelas pastas apontaram os principais problemas e as medidas que foram tomadas neste primeiro momento.