Ribeirão Pires ficou quatro anos sem ter uma única representante feminina no Legislativo. No entanto, esse hiato foi quebrado na última eleição quando duas mulheres conquistaram vitórias para serem vereadoras da cidade.

Porém, logo na primeira sessão ordinária desta nova Legislatura, as vereadoras Amanda Nabeshima (PTB) e Márcia Coletiva de Mulheres (PT) manifestaram-se indignadas por não terem tido, pelo menos, o direito de disputarem vagas nas comissões permanentes mais importantes da Casa, são elas: Finanças e Orçamento, Justiça e Redação.

Segundo elas, o presidente do Legislativo, Guto Volpi (PL), chegou no Plenário da Câmara com as devidas composições prontas, sem dar o direito das interessadas manifestarem suas vontades. “Nós não participamos das conversas para essa composição”, disse a vereadora Márcia.

Amanda Nabeshima por sua vez contou que Guto não respeitou o Regime Interno da Casa, que afirma que as comissões são escolhidas na data da primeira sessão ordinária e que neste caso, segundo a vereadora, ocorreu antes da primeira reunião.

Ela diz ainda que queria fazer parte da Comissão de Finanças e Orçamento por ter formação em contabilidade.

A petista manifestou a vontade de ter ingressado na Comissão de Justiça e Redação. “Essas eram as duas comissões que mais nos interessavam e são as mais importantes da Casa”, contaram.

“Nós duas enquanto mulheres deveríamos participar disso. Pela discussão de gênero, pela paridade”, opinou Márcia. “Pela representatividade feminina também”, acrescentou Amanda.

As duas declararam que a maior indignação é que não teve discussão para as composições. “O presidente nos falou que a gente deveria ter ido até a sala dele para nos indicar para essas comissões e em nenhum momento fomos informadas que isso ocorreria antes da data de hoje (dia da primeira sessão odinária) ”.

As duas parlamentares ainda disseram que não vivem numa Câmara democrática.

“As mulheres não estão tendo vez na Câmara Municipal”, finalizou Amanda.

Entretanto, as duas foram inseridas em duas comissões com menos importância. Amanda no Meio Ambiente e Márcia no Direitos Humanos.