Cidades

RP e RGS registram mais de 20% de aumento no número de óbitos em 2020

Último ano é tido como o mais mortal da história do Brasil, ao registrar alta de 8,3% em relação a 2019

Municípios totalizam aumento de 22,1% entre 2019 e 2020

Imagem:Redação

Por Thainá Maria

As cidades de Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra registraram um aumento de mais de 20% no número de óbitos registrados em cartório no ano de 2020, de acordo com dados do Portal da Transparência - plataforma administrada pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil). 

Os municípios vizinhos ultrapassaram a marca de 714 mortes registradas em 2019 e somaram 872 óbitos no último ano - um aumento de 22,1%. Na Estância, entre janeiro e dezembro, foram registrados 633 óbitos - um aumento de 16,5%. Desse número, pelo menos 116 mortes foram em decorrência do novo coronavírus, segundo o último boletim epidemiológico do ano divulgado em 30 de dezembro.  

Em Rio Grande da Serra, o crescimento foi ainda maior. A cidade passou de 171 mortes para 239 - uma alta de 39,7% ao ano. Até a última atualização do ano referente aos casos de Covid-19 feita no dia 22 de dezembro, a cidade contava com 29 mortes pela doença. 

O crescimento obtido em 2020 é algo observado em todos os cartórios do país, que totalizaram 1.443.405 milhão de registros de óbitos. Quando comparado com o mesmo período de 2019, ano que até então era detentor da média histórica de mortes no Brasil, o aumento supera a marca de 1,9% ao ano e chega a 8,3% - o que rendeu o título de ano mais mortal da história do país.  

De acordo com a Arpen-Brasil, desde 1999, ano em que começa série histórica das Estatísticas Vitais de Óbitos do Registro Civil, nunca morreram tantos brasileiros em um só ano, e nunca houve uma variação anual de óbitos tão grande como a ocorrida na comparação entre 2019 e 2020, e isso ocorre em razão da pandemia do novo coronavírus, que causou a morte de mais de 200 mil pessoas.  

A associação ainda chama atenção para o fato de que o número de óbitos registrados em 2020 pode aumentar ainda mais, assim como a variação da média anual, uma vez que os prazos para registros chegam a prever um intervalo de até 15 dias entre o falecimento e o lançamento do registro no Portal da Transparência. Além disso, alguns Estados brasileiros expandiram o prazo legal para registro de óbito em razão da situação de emergência causada pela Covid-19. 

Os números também revelam o reflexo que a pandemia trouxe para óbitos em decorrência de outras doenças. É o caso das mortes causadas por doenças respiratórias - que obtiveram aumento de 34,9% na comparação entre os anos, passando de 442.266 para 596.678. A Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) foi a que mais registrou crescimento, chegando 998,4%, seguida pelas de Causas Indeterminadas, que registraram aumento de 33,4%. Já as mortes em razão de doenças cardíacas, que também podem ter ligações com o coronavírus, registrou um aumento de 5,1%. Enquanto o falecimento por Causas Cardiovasculares Inespecíficas cresceu 28,8% entre os anos.

 

*Com informações da Arpen-Brasil

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