Quem compareceu à Escola Estadual Professora Maria Pastana, na tarde do último domingo (15), certamente se surpreendeu com a aglomeração formada na rua Professor Antônio Nunes.  Além da quantidade excessiva de pessoas no local, o que vai contra os protocolos adotados em razão da pandemia do novo coronavírus, havia diversos carros tocando música alta ao mesmo tempo, consumo de bebidas alcoólicas e a prática de boca de urna. 

Alguns eleitores inconformados com a situação formada de frente a escola usaram as redes sociais para expor suas opiniões. Uma participante de um grupo de discussão da cidade chegou a publicar um vídeo em que é possível notar o ocorrido. “Fui votar na escola Maria Pastana Menato, porém parecia que eu havia acabado de entrar em um baile funk. Que eu saiba, a pandemia não entrou de férias por conta da eleição. Reclamam tanto dos políticos, mas o próprio povo brasileiro não ajuda a melhorar o país”, expressou.

Já outra munícipe, que também presenciou o fato, relatou que, em razão da multidão presente, ficou difícil para conseguir uma vaga para estacionar próximo à escola.

Nossa equipe esteve no local durante a tarde e constatou a desorganização nas imediações.  Alguns veículos não conseguiram passar pela rua, uma das principais rotas do ônibus do bairro, e precisaram desviar o caminho. Já no interior da unidade de ensino, a situação era diferente e em algumas seções não havia filas. 

Acompanhadas pelo delegado adjunto da Polícia Civil em Ribeirão Pires, doutor Marcos Duarte, e o comandante da Guarda Civil Municipal, Sandro Torres, as equipes da Romu foram até o local e realizou um trabalho de dispersão da multidão, por volta das 15h. O comandante da GCM afirmou à Folha que, de fato, havia uma aglomeração de cerca de mil pessoas em torno da escola, entre quem estava indo votar e aqueles que estavam, possivelmente, fazendo boca de urna, consumindo bebida alcoólica e ouvindo música.

“Não foi possível realizar uma ação maior, tendo em vista que ali tinha algumas pessoas que estavam indo votar, então nós  usamos o convencimento, junto com o delegado e duas equipes da Romu, fomos retirando o pessoal dali. Tivemos um princípio de tumulto sim, que foi rapidamente contido. Não houve presos e não flagramos nenhum crime”, explicou Torres. 

Em nota enviada à Folha, a Polícia Militar afirmou que também compareceu ao local após ser acionada por motivos de interdição da via, e não sobre aglomeração. Segundo os militares, houve um aumento normal de transeuntes em virtude das eleições e que isso ocorreu em todas as escolas. 

Questionada sobre sua ausência no local na hora do ocorrido, relatada por algumas pessoas, a PM disse que efetuou patrulhamento não só na escola mencionada, mas também em todas as unidades de Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. De acordo com a Polícia Militar, não houve aglomeração.

Tanto a Polícia Militar, quanto a Polícia Civil e a GCM não registraram prisões ou detenções de pessoas comentando crime de boca de urna.