Saúde

Pneumonia segue como principal causa de morte de crianças no país

Alerta reitera a importância para a prevenção da doença, que segue sendo principal causa de morte em crianças de até cinco anos

Entre os sintomas da doença, destaca-se o desconforto respiratório

Imagem:Divulgação: AFPESP

Por Marília Gabriela

O médico pneumologista Álvaro Gradim, presidente da Associação dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo (AFPESP), comenta sobre a importância do Dia Mundial da Pneumonia, que foi celebrado ontem, 12 de novembro. "A data foi instituída pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como alerta à necessidade de prevenção, considerando tratar-se da doença infecciosa que mais mata em todo o planeta. Este ano, o tema é ainda mais relevante, pois a enfermidade é uma das comorbidades que mais aumentam o índice de letalidade da Covid-19".

A pneumonia é a principal causa de morte de crianças com até cinco anos de idade. Nessa faixa etária, são dois mil óbitos diários em todo o mundo. "As mais vulneráveis, segundo consta no site do Ministério da Saúde, vivem em comunidades rurais e pobres", observa Gradim, enfatizando a premência de melhores políticas públicas para o enfrentamento do problema.

"Em nosso país, de acordo com dados oficiais, a taxa de mortalidade da pneumonia está em queda, com redução de 25,5% entre 1990 e 2015. Porém, os números ainda são elevados e preocupantes, merecendo atenção de todos, ou seja, famílias, instituições médicas, a sociedade e o governo", ressalta o médico, explicando: "A pneumonia é uma doença inflamatória aguda que acomete os pulmões e pode ser provocada por bactérias, vírus, fungos ou pela inalação de produtos tóxicos".

Os principais sintomas são tosse com produção de expectoração, dor torácica, indisposição, falta de ar e febre. A transmissão dá-se pelo ar, saliva, secreções e transfusão de sangue (este último fator perde força à medida que se aprimora o controle dos bancos de sangue). No inverno, com a mudança de temperatura, há maior comprometimento do funcionamento dos pelos do nariz responsáveis pela filtragem do ar aspirado. Isso provoca mais exposição aos vírus e bactérias causadores da doença.

"É muito importante a prevenção", afirma o presidente da AFPESP. Nesse sentido, as recomendações são as seguintes: lavar sempre as mãos, não fumar, evitar bebidas alcoólicas e aglomerações e se vacinar. "Muita gente acredita que a vacina da gripe seja eficaz também contra a pneumonia. Cabe esclarecer que existe a vacina antipneumocócica para prevenir as formas causadas pela bactéria pneumococo. Porém, há outros micro-organismos que podem causar a doença", esclarece.

Álvaro Gradim enfatiza que há segmentos prioritários para receber a vacina: maiores de 60 anos, que devem ser imunizados; portadores de doenças crônicas; pessoas com deficiências no sistema imunológico; gestantes; residentes em lares de idosos; profissionais da saúde; cuidadores de crianças; indígenas; população carcerária; tabagistas; e pessoas com doenças crônicas do aparelho respiratório (asma, bronquite crônica, enfisema pulmonar, DPOC, etc). É importante lembrar que também se deve tomar a vacina da gripe.

Para o tratamento da doença, a primeira providência é identificar qual é o micro-organismo causador. Se for uma bactéria, utilizam-se antibióticos. Quando for viral, tratam-se os sintomas com analgésicos e antitérmicos. Porém, em casos mais graves, podem ser prescritos antivirais. Quando o agente causador for um fungo, utilizam-se medicamentos específicos. 

"É premente, em todos os casos, procurar rapidamente a assistência médica e iniciar o tratamento, pois a pneumonia pode ser letal", conclui o presidente da AFPESP.

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