Anne Lucy Vieira, psicóloga
Imagem:Redação
Como todos sabem, estamos no mês de outubro, período em que se realiza a campanha mundial de conscientização ao Câncer de Mama. Devido a isto, a psicóloga Anne Lucy Vieira, traz o debate sobre o tema.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o câncer de mama é a 2ª principal causa de morte entre mulheres nas Américas.
Ao longo dos últimos dois séculos e parte deste, o câncer adquiriu conceitos referentes a culpa, punição, deterioração, dor e morte.
Segundo a doutora em Psicologia Lucia Cecilia Silva, no artigo Câncer de mama e sofrimento psicológico: aspectos relacionados ao feminino, estigmas culturais, como: exposição da mulher à sujeira ou à vida desfavorecida e experiência do prazer sexual, teria castigado-a com o câncer de mama. Passou a ser associado, séculos depois, à alimentação industrializada, depois ao tabaco, estresse e culminando mais recentemente na não expressividade ou interiorização das emoções, como possíveis causas.
Receber o diagnóstico de câncer de mama pode interferir na autoestima, na imagem corporal e na identidade feminina. Intervém nas relações, potencializa características intrínsecas, como raiva, tristeza ou desespero, além de possível desenvolvimento de transtornos como ansiedade ou depressão.
No entanto, a culpabilização das condutas, por vias morais e culturais ao longo da história (antagônica ao homem com câncer de mama), intensifica o sofrimento psicológico das mulheres, já que há uma influência na forma como a doente irá senti-la, diante da ideia socialmente construída da doença.
Por fim, num momento impactante como o do diagnóstico ou pós mastectomia, o resgate da identidade é de suma importância para o fortalecimento da autoestima.