Cidades

Com diminuição da frota, moradores de Ribeirão Pires enfrentam ônibus lotados durante a semana

Aglomeração nos coletivos acontece nos horários de pico, mesmo com a colocação de carros extras em algumas linhas

Imagens dos ônibus lotados foram compartilhadas nas redes sociais

Imagem:Reprodução Redes Sociais

Por Redação

A empresa Rigras, que atua com o transporte de passageiros em toda a Estância anunciou em 20 de março a mudança de horários paras as 27 linhas municipais de Ribeirão Pires. A medida foi adotada para seguir as determinações do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, que anunciou a redução temporária do transporte público municipal nas sete cidades. Passados seis meses desde a decisão, com a reabertura de dez setores da economia, os ônibus da empresa continuam a circulam com intervalos de duas horas na linha Santo Bertoldo, e 70 minutos na linha do Parque Aliança. Devido a este cenário, os passageiros mostram-se insatisfeitos com o serviço.

Desde a flexibilização dos comércios no município, a Rigras estabeleceu retorno gradativo de 44% para 70% da frota nos horários de pico. No entanto, os usuários mostram-se descontentes com os itinerários estipulados pela empresa.

Entre as reclamações recebidas pela Folha destaca-se a denúncia do morador Vagner, o qual afirma que os ônibus seguem lotados durante semana. “É visível que a demanda vem aumentando e está ficando "normal" ver ônibus abarrotado de pessoas. Tem linhas que os ônibus vão lotados, em meio a pandemia. No [horário] de pico então, nem se fala”.

Segundo o declarante, a linha 34 - Santo Bertoldo circula com intervalo de duas horas, e a linha 31 - Parque Aliança com intervalo de 70 minutos. As duas não comportam a demanda de passageiros. “A lotação é constante. Nas redes sociais a população reclama todos os dias”, disse Vagner.

Segundo a Prefeitura de Ribeirão Pires, a determinação de redução de circulação de ônibus foi realizada para minimizar os deslocamentos da população, e assim, conter o avanço da transmissão do coronavírus. No entanto, conforme relatos de moradores, o que ocorre é justamente o oposto, pois, com a diminuição na oferta de ônibus, o cenário de aglomeração no transporte público é diário.

Gilberto, morador da Vila Guerda, alerta que desde março a linha 27 que circulava no bairro permanece suspensa e inoperante, e devido a isto, os passageiros precisam diariamente se locomover até o bairro vizinho e esperar por outra linha de ônibus, sentido centro.

Nilce, moradora do mesmo bairro, afirma que todos os que utilizam o transporte público no local têm a mesma dificuldade. Muitos deles não pararam de trabalhar durante a quarentena, tendo que sair de casa com antecedência para pegar um trajeto alternativo. “Queremos que sejam tomadas providencias pelo poder público quanto a situação atual. É um descaso com a população”.

Há dois meses, a Folha entrou em contato com a prefeitura de Ribeirão Pires e encaminhou as demandas indicadas pelos moradores, inclusive, as que foram noticiadas em redes sociais, no entanto, a Administração Municipal não retornou sobre o tema.

Na época, apenas indicou que o caso especifico sobre a suspensão da linha 27 – Vila Guerda estava sendo verificado, mas, até o momento não houve solução.

Recentemente, os relatos dos moradores foram novamente encaminhados ao órgão pela Folha.

Em nota, a prefeitura esclareceu que tem acompanhado de forma permanente as demandas de transporte público das linhas municipais junto à concessionária Rigras, esta por sua vez, afirma que a circulação de passageiros diários está em torno de 13 mil, sendo 50% menor do que o registrado antes da pandemia do novo coronavírus.

Em agosto equipe da Vigilância à Saúde da Prefeitura realizou fiscalização das linhas em horário de pico, em atendimento a reclamações de usuários do sistema de transporte público. Foram verificados pontos específicos para melhorias pela concessionária, que estão sendo atendidas.

Para algumas linhas, como as que atendem ao Jardim Caçula e a linha Baruel (intermunicipal – até Suzano), já tiveram retorno de 100% da frota. Para o bairro Quarta Divisão, há linha com frota também está operando acima dos 80%.

Ainda em nota, a prefeitura afirmou que o serviço de transporte público segue em monitoramento constante, considerando tanto o trabalho da fiscalização, quando demandas apresentadas pelos usuários, para que melhorias sejam realizadas de forma permanente.

Mais lidas agora

Últimas em Cidades