Política

Átila Jacomussi é alvo de operação da Polícia Civil

Prefeito de Mauá é investigado por irregularidade em Hospital de Campanha

Os alvos: Atila Jacomussi, acompanhado do secretário de Saúde, Luís Casarin

Imagem:Divulgação

Por Marília Gabriela

Policiais civis e promotores público do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) realizaram na última segunda-feira (15) uma operação que investiga irregularidades na gestão do Hospital de Campanha de Mauá. Os alvos da operação são o prefeito Átila Jacomussi (PSB), e o secretário de Saúde Municipal, Luís Carlos Casarin.

As equipes da Polícia Civil estiveram no prédio da Prefeitura de Mauá cumprindo mandados de busca e apreensão no gabinete do prefeito.  Além disso, compareceram à casa de Jacomussi, onde apreenderam dois telefones celulares, um iPad, documentos e um notebook. O mandado de busca também foi aplicado ao secretário de Saúde.

De acordo com as investigações, houve irregularidades na contratação emergencial da OS Atlantic Transparência e Apoio à Saúde Pública para a gestão e operação do Hospital de Campanha construído na cidade para atender os pacientes com coronavírus. O valor da contratação do hospital foi de R$ 3,3 milhões para o prazo de 90 dias.

O Ministério Público apura se a OS Atlantic e a OS Ocean Serviços Médicos Ltda são a mesma empresa, já que funcionam no mesmo endereço. A segunda é investigada pela construção do Hospital de Campanha em Jandira. São investigados crimes previstos na lei de licitações, como falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.

Jacomussi já foi afastado da Prefeitura em setembro de 2019, quando teve o mandato cassado pela Câmara de Vereadores. No entanto, ele conseguiu voltar ao cargo após uma decisão judicial.

Ele já foi preso durante uma operação da Polícia Federal suspeito de desvio de verbas de merenda.

O advogado Daniel Bialski, que defende o prefeito de Mauá, afirmou que o prefeito vem sendo perseguido e que não teve investigação prévia ou algo palpável para legitimar essa ação. “Todas as contratações observaram critérios técnicos e preço, tanto que o hospital de Mauá é uma referência no Brasil, atendendo 24 horas por dia. O prefeito informou que o preço por leito é um dos menores, senão o menor construído e a cidade teve número reduzido de óbitos. As compras e atos estão no portal da transparência e o prefeito prestou esclarecimentos e enviou todos documentos sempre que lhe foi solicitado. A empresa que acabou contratada prestou o serviço com excelência e não há qualquer indício de irregularidade ou ilicitude. A defesa irá pedir vista dos autos e estudar as medidas que serão tomadas para elidir essa busca, que considera desnecessária e até excessiva", disse.

A Prefeitura de Mauá disse, em nota, que recebeu a ação do Ministério Público com indignação. "O processo, que deu origem a mesma, foi remetido ao MP em sua integralidade, todas as informações foram esclarecidas e há conversas diárias por vídeoconferência com os promotores. Entendemos como excessiva e desnecessária a iniciativa do Ministério Público. Estamos tranquilos em relação ao desenrolar dos fatos e certos de que demonstraremos, nos autos, a lisura de todo o processo. Salientamos que Mauá está na vanguarda do combate ao Coronavírus, notoriamente com ações eficientes e reconhecidas pela população e pela imprensa", diz.

 

* Atualizado às 10h20.

Com conteúdo G1

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