Política

ABC fica fora da 1ª fase da flexibilização; Prefeitos mostram-se indignados

Consórcio e Prefeituras mostram-se indignados com decisão do Governo em caracterizar o ABC como região de alerta máximo

João Dória, governador estadual, estendeu a quarentena no ABC

Imagem:Divulgação

Por Marília Gabriela

Na tarde da última quarta-feira (27) o governador João Dória (PSDB) realizou uma nova coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes, onde anunciou a nova fase do Plano São Paulo, chamada Retomada Consciente, a qual estipula a flexibilização gradual da economia a partir de 1º de junho, tendo cinco fases de flexibilização que liberarão gradualmente as chamadas Regiões de Saúde a partir do avanço nas políticas públicas, controle de internação, estabilidade no volume de casos confirmado por coronavírus e óbitos. Devido a isto, o Governo Estadual destacou a região do Grande ABC como área de alerta máximo, desta forma, a região ficou de fora da primeira fase de flexibilização e reabertura gradual de comércios e serviços não essenciais.

Ao contrário do esperado pelo Consórcio Intermunicipal do ABC e pelas Prefeituras Municipais, não houve nenhum tipo de flexibilização das regras de quarentena para as sete cidades. A partir do anúncio do governador, apenas a capital e outras nove regiões do interior paulista receberam o benefício à primeira etapa da flexibilização, chamada Fase 2 (laranja) controle, que será implementada entre os dias 1º e 15 de junho, permitindo a liberação de atividades imobiliárias, concessionárias, escritórios, comércios e shoppings centers.

Assim, o Grande ABC terá  que permanecer em quarentena até 15 de junho. A região foi inclusa na fase 1 (vermelho) alerta máximo, e passará a ser avaliada a cada sete dias, com base em dados das Secretarias de Saúde Municipais e Prefeituras, as quais devem atingir estabilidade na taxa de ocupação de leitos de UTI para tratamento do coronavírus e leitos para cada 100 mil habitantes; controle no número de casos e óbitos. Portanto, em 1º de junho, apenas será liberado o serviço dos setores de indústria e construção civil, além da continuidade dos serviços essenciais.

A cada 15 dias, o Governo irá deliberar a aprovação das regiões para passarem as fases 3, 4 e 5, que visam a reabertura de restaurantes, salões de beleza, academias, teatros e cinemas, porém de forma controlada e seguindo regras de higiene e distanciamento social.

Após o pronunciamento do governador João Dória, o Consórcio Intermunicipal do ABC se reuniu com os prefeitos em assembleia extraordinária online, e na sequência, o colegiado emitiu uma nota: “O Consórcio esclarece que recebeu com profunda surpresa e indignação o comunicado feito pelo Governo do Estado de São Paulo de que a cidade de São Paulo teve análise separada da RMSP (Região Metropolitana de São Paulo) na nova fase do plano de retomada econômica do Estado.”

Na mesma tarde, os prefeitos de Diadema,  Lauro Michels (PV), Santo André, Paulo Serra (PSDB), São Caetano, José Auricchio Júnior (PSDB), e São Bernardo do Campo, Orlando Morando (PSDB),  usaram as redes sociais para se manifestar contrários à decisão do governador João Doria, os quais prometeram acionar o Ministério Público. Segundo os chefes dos Executivos, não há razão para a liberação da capital e manter as sete cidades com todas restrições de serviços.

Na tarde de ontem (28) o prefeito de Ribeirão Pires, Adler Teixeira - Kiko (PSDB), utilizou sua conta em uma rede social para afirmar estar indignado com o posicionamento do Governo do Estado.

“Sabemos que não se pode separar a capital de São Paulo da Região Metropolitana, até mesmo porque muitas pessoas de Ribeirão Pires trabalham em São Paulo; muitas pessoas do Grande ABC usarão dessa abertura da capital para fazer suas compras lá e irão prejudicar o nosso comércio local. Se estamos preocupados com a economia e saúde, temos que ter um tratamento igualitário com a capital”, disse Kiko.

Hoje (29) às 10h, os dirigentes municipais voltarão a se reunir, por vídeoconferência, para verificar quais ações serão tomadas.

Gabriel Maranhão (Cidadania), presidente do Consórcio Intermunicipal e prefeito de Rio Grande da Serra, afirmou que, sabendo da importância da abertura do comércio no ABC, irá propor um novo plano ao Governo do Estado para que haja a possibilidade de fazer com que as sete cidades tenham direito à flexibilização da quarentena.

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