Sérgio foi atingido por disparos da GCM durante a intervenção policial
Imagem:Foto:Divulgação/Reprodução Redes sociais
O Setor de Homicídios da Delegacia Seccional de Santo André, responsável pelo Distrito Policial de Ribeirão Pires, continuará com a apuração do inquérito referente à intervenção feita pela Guarda Civil Municipal, no último dia 19, que resultou na morte de Sérgio Carlos dos Santos. De acordo com informações apuradas pela Folha, já foram colhidas provas que ajudarão a detalhar as circunstâncias do ocorrido.
Seguindo uma norma administrativa, todas as ocorrências de intervenção policial resultante em morte devem ser encaminhadas à Delegacia especializada, no caso a Seccional de Santo André. Por lá, o inquérito policial se aprofundará na conjuntura do fato.
O motorista de 50 anos, que trabalhava para a Prefeitura de Santo André, foi atingido por disparos efetuados pela GCM após ser apontado como autor de uma tentativa de roubo no Jardim Alvorada. Segundo informações do boletim de ocorrência, Sérgio aparentava estar alterado e teria tentado roubar o veículo de um motorista de aplicativo, na rua Itália, momentos antes.
A Folha conversou com o delegado titular da Estância, doutor Wagner Milhardo, a respeito do caso que vem gerando inúmeras indagações de pessoas próximas a Sérgio.
Segundo Milhardo, a apuração pela Delegacia especializada torna o trabalho mais transparente e imparcial. “Caso o inquérito tramitasse pelo DP de Ribeirão Pires, poderia dar uma conotação de eventual parcialidade em prol dos guardas civis municipais”, declarou.
Familiares questionam abordagem da GCM
Após a repercussão do caso ao longo do último final de semana, familiares e amigos de Sérgio utilizaram as redes sociais para questionar a versão apresentada pelos guardas. “Como podem abordar uma pessoa dessa maneira e covardemente atirar de dentro da viatura sem fazer reconhecimento?”, questionou a mãe da filha do investigado.
Pessoas próximas ao motorista ainda o descreveram como uma pessoa trabalhadora, sem quaisquer indícios de envolvimento com crimes. “Trabalhador na Prefeitura de Santo André, músico excelente, lembro da alegria dele me contando que tinha sido convidado para tocar em uma festividade na Assembleia de Deus. Esse é o Sérgio que eu conheço. Justiça será feita”, disse uma amiga.
Ainda de acordo com publicações, um dia antes, ele e sua ex-companheira teriam ido até um templo religioso pedir oração. O sepultamento de Sérgio aconteceu na tarde do último dia 20, no Cemitério Municipal São José.
Procurada pela nossa equipe, a Prefeitura de Ribeirão Pires afirmou que, por meio da Secretaria de Segurança Urbana, está contribuindo com as investigações. “Após esse processo, serão avaliadas se cabem medidas pelo Poder Executivo Municipal.”