Cidades

Censo Escolar registra queda de 5,5% em matrículas na rede estadual de RP e RGS

Levantamento avaliou procura por vagas no Ensino Fundamental e Médio, e constatou redução de alunos na Estância e em Rio Grande

O fechamento de salas de aulas atingiu diretamente os estudantes do ensino médio, dificultando o seu acesso

Imagem:Redação

Por Marília Gabriela

O número de matrículas nas escolas estaduais de Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra caiu no ano de 2019. Em 2018 as duas cidades juntas tinham 10.808 estudantes nos ensinos Fundamental I e II e Médio. Em 2019 esse número caiu para 10.211, registrando uma redução de 5,5%.

As informações do Censo Escolar de 2018 e da Secretaria de Educação não deixam dúvidas: a situação da Educação Básica não melhorou. As matrículas no Ensino Médio continuam caindo, foram 5,17% a queda de matrículas nas 15 escolas estaduais da Estância e  7,17% nas nove de Rio Grande da Serra. Foi constatado também, a redução de 9,33% nas matrículas no Ensino Fundamental I e 9,09% no Ensino Fundamental II, dados que abrangem as escolas de Ribeirão Pires.

Já nas escolas de Rio Grande da Serra houve a diminuição de 3,34% no Ensino Fundamental I. Em contraponto, houve o avanço de 7,94% no Fundamental II.

“Acredito que a queda no número de matrículas se dá porque o Governo do Estado tem uma política sistemática de fechamento das salas de aula do período noturno, que atende principalmente os alunos do Ensino Médio. Inicialmente houve a diminuição de vagas para o EJA – Educação de Jovens e Adultos, concentrando o acesso ao ensino em pouquíssimas escolas. O aluno que trabalha precisa do ensino noturno”, declarou Perla de Freitas, presidente do Sindicato dos Professores da Escolas Públicas Municipais.

Mais de 676 adolescentes das duas cidades estão fora da escola e não concluíram o Ensino Médio, segundo análise dos dados de 2018 e 2019.

Segundo o Governo do Estado de São Paulo, essa redução nas matrículas é motivada pela queda da população na faixa etária escolar, que envolve crianças e jovens de seis a 17 anos, mas também pelo abandono dos estudos.

Já o Ministério da Educação considera que os problemas no Ensino Médio são reflexos de deficiências em etapas anteriores.

São Paulo atinge a taxa 2,5% de insucesso na trajetória escolar

Segundo o Inep, com base nos dados do Censo Escolar de 2019, o Estado de São Paulo atingiu a taxa de 2,5% de insucesso na trajetória escolar, ao analisar a métrica de reprovação e abandono escolar em 2018.

O Censo Escolar da Educação Básica é uma pesquisa realizada anualmente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) em articulação com as Secretarias Estaduais e Municipais de Educação.

Ao dar luz às estatísticas é possível constatar que a taxa de 2,5% refletiu nos anos iniciais de ensino, mesmo o percentual sendo baixo, comparado a outros estados,  ainda preocupa especialistas.

“Geralmente, o aluno que saiu da escola é aquele que tem dificuldade na aprendizagem. Quando há evasão escolar o procedimento da escola é enviar o caso para o Conselho Tutelar, que direciona o caso para a Vara da Infância, mas a demanda é muito grande. São poucos os casos que chegam ao Juizado. Em escolas periféricas o número de evasão é bem maior”, comenta Juliana Roncon, Presidente do Conselho Municipal de Educação e Conselheira da Apeoesp da Sub Sede de Ribeirão Pires.

A Presidente do Conselho Municipal de Educação alerta que também é necessário levar em conta a escassez de professores na rede de ensino, que provoca o acúmulo de aulas para os poucos docentes efetivos, e acarreta em inúmeras aulas vagas, desestimulando os estudantes.

De acordo com o Censo Escolar, os professores também enfrentam um problema recorrente para oferecer um bom ensino: a falta de estrutura nas escolas.

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