Damares Alves e Luis Henrique Mandetta apresentaram a campanha
Imagem:Foto: Valter Campanato/ Ag. Brasil
No início do mês o Governo Federal deu início a nova campanha nacional de prevenção à gravidez na adolescência sob muitos questionamentos. A campanha “Tudo tem seu tempo” é um trabalho conjunto entre o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos e o Ministério da Saúde que visa educar adolescentes sobre sexo e gravidez e deverá custar aos cofres R$ 3,5 milhões.
Com o lema “Adolescência primeiro, gravidez depois”, a campanha é tida pela ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, como o primeiro passo para a construção de um “programa de prevenção ao sexo precoce”. Serão utilizadas peças em diferentes veículos de comunicação, redes sociais e colocação de banners em locais públicos com o intuito de promover a reflexão sobre o tema, deixando de lado a abordagem sobre os principais métodos de prevenção.
Um dos principais pontos em questão da nova campanha é a “abstinência sexual” que chegou a ser defendida como política pública de prevenção. Após críticas de especialistas, que afirmaram que o método possuía eficácia comprovada cientificamente, o Ministério da Saúde afirmou que a abstinência não seria a única opção a ser defendida e chegou a listar métodos contraceptivos que estariam de acordo com cada público-alvo da campanha.
No entanto, a abordagem de tais informações seria de responsabilidade da rede pública de saúde. De acordo com os apontamentos, para crianças entre 10 a 15 anos o objetivo é trabalhar com materiais que orientem o público a retardar o início da vida sexual. Já para os jovens de 15 a 19 anos, a ideia é utilizar de conteúdos que debatam os riscos e as consequências da gravidez na adolescência.
A Folha conversou com um grupo de oito munícipes a fim de ouvir suas opiniões sobre a nova campanha. Ao serem perguntados sobre a iniciativa, os entrevistados se mostraram a favor de uma campanha que trate do assunto de maneira adequada com cada faixa etária. Mas quando indagados sobre a implantação de aulas sobre educação sexual nas escolas, tema que já foi questionado pelo atual Governo, apenas três pessoas se mostraram favoráveis.
Entre eles estão os jovens Luana Mendes e Vinícius Ferreira que acreditam que o melhor método é abordar o assunto em sala de aula. “Proibir não é uma solução. É mais fácil você ensinar o que deve fazer”, diz Luana.
O que diz a população
“Eu engravidei com 12 anos e naquela época não tinha nenhuma informação, nossos pais não falavam sobre isso. Se eu pudesse voltar atrás, eu voltava, porque eu perdi muitas coisas. Eu sou a favor, mas hoje em dia não adianta conselho porque os jovens, mesmo sabendo, fazem as coisas.” Cleuza dos Santos - 53 anos
“Eu acho correto, porque alerta para evitar uma gravidez, doença, alerta para evitar que as coisas se avancem mais cedo. Eu sou a favor também da educação sexual nas escolas, porque o mundo está tão pelo celular que é melhor um professor falando em sala de aula do que eles mesmos estarem se orientando pelo celular.” Marcos da Silva - 37 anos