Cidades

Microrregião apresenta queda no índice de casamentos nos últimos quatro anos

Segundo levantamento, a redução foi de mais de 18% no total de Rio Grande da Serra, Ribeirão Pires e Mauá

Dados referentes ao período de 2015 a 2019. Davi e Ariane querem oficializar a união; já Isabel e José não pretendem

Imagem:Portal da Transparência Reg. Civil / DGABC

Por Thainá Maria

Nos últimos quatro anos, o total de matrimônios realizados nas três cidades da região - Rio Grande da Serra, Ribeirão Pires e Mauá - teve uma queda significativa de 18,84%. Os dados foram obtidos por meio do levatamento feito pelo Diário do Grande ABC com base nos números divulgados pelo Portal da Transparência do Registro Civil, que também mostrou a queda na região do Grande ABC. Entre 2015 e 2019, a microrregião passou de 4.395 para 3.567 uniões civis.  

Entre as três cidades avaliadas, apenas Mauá apresentou aumento no indicador no comparativo entre os dois últimos anos, saindo 2.263 casamentos em 2018 para 2.277 em 2019.

O cenário é o mesmo quando aplicado nas setes cidades do Grande ABC, que passou 20.232 casamentos em 2015 para 16.540 em 2019 - uma redução de 18,24%. Na contramão da redução no número de matrimônios, assim como Mauá, está a cidade de Diadema que teve 322 casamentos a mais no último ano em um comparativo com o mesmo período de 2018, ultrapassando os três mil registros.

De acordo com especialistas, a queda no número se atribui principalmente a crise econômica enfrentada pelos brasileiros desde 2014, uma vez que oficializar a união significa custos. Em 2019, os casais de São Paulo precisaram desembolsar mais de R$400,00 para ter em mãos a certidão de casamento.

A taxa pode ficar mais alta caso os noivos optem pelo casamento em diligência - feito fora do Cartório Civil. Esse modelo de procedimento pode ultrapassar o valor de mil reais.  Além do valor fixo a ser pago, ainda é preciso custear a publicação em edital.  

Mesmo diante das dificuldades financeiras, Ariane Alves e David Brito são um dos casais que ainda buscam pela união em papel passado. Após sete anos de namoro, eles decidiram dar um passo a mais no relacionamento e noivaram no início deste ano. O objetivo é oficializar a união no segundo semestre de 2022, após o término da construção da casa.  

O casal optou apenas pelo casamento no civil, abrindo mão da cerimônia religiosa e uma possível festa. “Pretendemos nos casar só no civil mesmo, o religioso está muito caro. Estamos investindo mais na nossa casa e não paramos para pensar em cerimônia e festa”, diz a noiva.  

No caso de Isabel Cristina Pimenta dos Santos e José João da Silva, de Ribeirão Pires, oficializar o casamento no civil não é uma prioridade. Juntos há dez anos, a decisão tomada por ambos não foi pela questão financeira. “Não sabemos nem quanto custa a oficialização no civil e nem fomos atrás disto”, explica Isabel.

Após o nascimento da filha do casal, Silva chegou a cogitar a oficialização, mas Isabel afirma que não vê necessidade. “São dez anos de casado, mas acho que agora já temos um vínculo que une a gente e isso (oficialização no civil) se torna menos importante ainda.” 

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