A UPA Santa Luzia está envolvida em mais um caso de negligência.

Desta vez, o erro foi cometido pela farmácia da unidade de pronto atendimento, que forneceu  duas caixas de medicação de uso contínuo que estavam fora do prazo de validade.

O remédio seria administrado em um criança de 7 anos, portadora do  Transtorno do Déficit de Atenção.

As caixas, retiradas em novembro, estavam com data de vencimento correspondente aos meses de setembro e outubro.  

Segundo informações do boletim de ocorrência, no último dia 28, o pai da criança foi até o local para retirar a medicação.

Essa teria sido a segunda vez que o remédio foi fornecido pela farmácia da UPA.

A primeira caixa havia sido retirada no dia 11 de outubro, após  o fornecimento por parte da Prefeitura de Ribeirão Pires ser parcialmente deferido em liminar, devido ao valor elevado.  

Dois dias antes da retirada do medicamento, no dia 26, o Tribunal de Contas do Estado realizou uma fiscalização ordenada na unidade, onde foi constatada a presença de medicamentos vencidos no Controle de Estoque da UPA.

No entanto, segundo o relatório, as caixas estavam separadas para descarte, entre eles algumas unidades de Atropina.

Ainda de acordo com o documento, o sistema de controle de estoque encontra-se desatualizado, uma vez que não há tempo para dar baixa nos itens utilizados.

Outra irregularidade apontada é a questão do saldo em estoque divergir da contagem física.

No último dia 2, após notar o vencimento do medicamento, o pai da criança retornou a UPA com as caixas, no entanto não foi informado se haviam medicamentos para troca dentro da validade.

Ainda de acordo com informações do boletim de ocorrência, o funcionário que estava na farmácia da unidade apenas pediu para que o remédio fosse entregue.  

Procurada pela Folha, a Prefeitura de Ribeirão Pires afirmou que o caso do fornecimento de medicamentos já está sendo apurado, para que sejam tomadas as devidas providências.

Segundo o comunicado, a Secretaria de Saúde conta com protocolo de atendimento que estabelece a entrega de medicamentos dentro do período de validade. “Casos que não cumpram os protocolos devem ser reportados pelos moradores à Secretaria de Saúde, para que as medidas cabíveis sejam adotadas”, diz a nota.  

O caso foi apresentado na Delegacia de Polícia Civil de Ribeirão Pires, que também investiga o caso.

As caixas fornecidas ao paciente foram apreendidas e encaminhadas para a Perícia.