Na edição desta sexta-feira (19), a Folha traz a história de Tia Dora, Renata e outras 148 pessoas que, hoje, vivem em uma área que é alvo de uma ação de reintegração de posse autorizada pela Justiça, no Oásis Paulista. Pessoas humildes que batalharam incansavelmente para construírem suas casas, mas que agora estão perdidas, sem saber o que o futuro lhes reserva. 

Uma batalha judicial que já dura nove anos e, dentro de alguns dias, poderá desfavorecer 25 famílias que não possuem um lugar para ir, caso a reintegração seja concretizada. 

Sabemos que ambos os lados possuem suas histórias, seus motivos e suas razões para lutarem pelo local, mas nada justifica desabrigar os moradores sem que uma decisão concreta sobre como e, principalmente, para onde irão após a reintegração de posse seja tomada. 

Em meio a esse embate, no qual dezenas de pessoas serão atingidas diretamente, é necessário que a Prefeitura de Rio Grande da Serra tome às rédeas da situação - mesmo que o terreno alvo da reintegração de posse não seja de responsabilidade do Executivo, mas a integridade de 150 munícipes de Rio Grande da Serra ainda é.

Em situações como essa, é necessário pensar um pouco além. Buscar por políticas habitacionais, parcerias, soluções - nem que sejam temporárias - para que aqueles confrontos entre forças policiais e moradores, aquelas cenas terríveis de pessoas espalhadas pelas ruas sem saber para onde ir - não aconteçam também em Rio Grande da Serra.