Editorial

Um sistema cada vez mais falho

Da Folha de Ribeirão Pires

Um erro que custou a liberdade de uma pessoa inocente. Um equívoco que fez uma vida virar de cabeça para baixo em questões de minutos e que deixará marcas ao longo da história. Foi o que aconteceu com Daniel dos Santos - morador de Ribeirão Pires acusado por um crime que ele jamais cometeu.  

Como ele próprio definiu: “Psicologicamente, foi um inferno”. Afinal, foram 16 dias de pura aflição. Mesmo diante de todos os indícios que comprovavam que ele não era culpado, que sequer esteve no Piauí, a Justiça falhou mais uma vez e privou um cidadão de bem. 

Sua história pode até parecer um enredo de um filme, no qual o protagonista, depois de tantas batalhas, consegue o tão almejado final feliz. Mas a “sorte” que ele teve, ao ser liberado após duas semanas, não é algo que outras pessoas que se encontram na mesma situação podem desfrutar.  

A Justiça brasileira conta com inúmeros exemplos negativos que escancaram seu sistema falho, lento e ineficaz, e o caso Daniel é apenas mais um deles. Enquanto o morador da Estância vivia o pior momento de sua vida, o verdadeiro criminoso estava livre, fazendo sabe-se lá o quê - talvez até novas vítimas. Felizmente, Daniel está ao lado de seus familiares agora. Mas a situação poderia ter tomado rumos contrários e demorado até anos para se esclarecer. 

É inadmissível que aquilo que deveria estar a favor dos cidadãos de bem cometa erros cada vez mais absurdos. Não podemos naturalizar que mais um “Daniel” seja injustiçado, e o erro seja reparado assim como quando uma criança erra uma lição de casa. Há coisas que não podem ser apagadas por uma borracha.

Mais lidas agora

Mais Editorias