Editorial

A importância de falar sobre a violência

Da Folha de Ribeirão Pires

Esse período de quarentena evidenciou uma triste realidade vivida diariamente por inúmeras mulheres ao redor do mundo: a violência doméstica.

Seja ela física, verbal, psicológica, sexual, entre várias outras, as marcas deixadas pelas agressões vão muito além dos hematomas que ficam na pele. Os machucados ficam por anos e anos e demoram a  ser recuperados, em casos onde é possível ser recuperado. E as cicatrizes deixadas na vida da vítima nunca a deixarão esquecer.  

O sentimento ao ser agredida pelo companheiro, pelo namorado, pelo marido, pela pessoa que confiava é desolador. E tal comportamento por parte deles é o responsável por estatísticas alarmantes e lamentáveis, que chegam a culminar no último e mais triste estágio da violência contra a mulher: o feminicídio.  

Falar sobre isso ainda é delicado, uma vez que parte da sociedade fecha os olhos para essa realidade; uma vez que as vítimas muitas vezes são desacreditadas, sendo colocadas como mentirosas; uma vez que elas sentem-se acuadas pelos próprios companheiros, com quem ainda dividem o mesmo teto.  

É preciso falar sobre isso, para que as mulheres não sejam mais um número estatístico no final do mês. É preciso falar sobre violência doméstica, para que as vítimas busquem ajuda. Mas para que elas consigam, de fato, falar sobre isso é preciso que haja mais pessoas dispostas a ouvir e lutar pela causa, a fim de mudar o cenário o quanto antes. Como diz a poeta Noémia de Sousa: “Basta, Basta, Basta!”.

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