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Como identificar a fibromialgia?

Por Sara Andreozzi Petrilli do Nascimento

No consultório de psicologia o paciente fala a respeito de suas dores emocionais e também de suas dores físicas. O psicólogo deve estar atento para a saúde global, inclusive para realizar os devidos encaminhamentos para outras especialidades. 

O psicólogo recebe muitas demandas em sua prática clínica, contudo, se o mesmo ouve com frequência a queixa de dores no corpo todo sem motivo que justifique, cansaço extremo, dificuldade para dormir, irritabilidade, alteração na memória, depressão e até problemas intestinais, deve investigar com mais detalhes. Esses sintomas podem indicar a Síndrome de Fibromialgia (FM).

Uma investigação mais criteriosa poderá facilmente identificar que o paciente apresenta dificuldades para realizar tarefas simples do cotidiano, como exemplos: pentear os cabelos, escovar os dentes, varrer a casa, cozinhar, abotoar uma blusa ou até mesmo segurar um bebê no colo. Pacientes relatam em sessão essas dificuldades e o quanto é frustrante quebrar copos e louças por não ter mais firmeza nas mãos. Esses sentimentos de impotência, insegurança, tristeza e frustração são trabalhados em terapia. 

O psicólogo deve solicitar avaliação com o reumatologista. O diagnóstico da FM é clínico e não existe exames médicos que a comprovem. Um dos critérios é dor por mais de três meses em todo o corpo. A dor tende a piorar no final do dia e geralmente o paciente verbaliza que “sente dor nos ossos, na carne e nas articulações”. Não há inchaço. Há muita sensibilidade ao toque e muitos relatam que “não toleram ser abraçados, pois dói mais ainda o corpo”. 

A maioria dos diagnósticos é em mulheres e a causa permanece desconhecida. Estudos realizados pela Sociedade Brasileira de Reumatologia apontam que os primeiros sintomas da FM podem aparecer em decorrência de um grande abalo emocional, um acidente ou até mesmo após uma grave infecção. A prevalência é entre os 30 aos 60 anos de idade, porém pode acometer crianças ou adolescentes.

Antigamente pensava-se na fibromialgia como uma “depressão mascarada”, pela enorme incidência dos casos, contudo deve-se analisar cada indivíduo e seu histórico para identificar ou não esse quadro. A dor é real e inquestionável. A FM causa sofrimento e em muitas situações, as relações pessoais e profissionais são abaladas. 

A acupuntura é indicada para a melhora da dor, insônia e alterações de humor em muitos diagnósticos. A FM não tem cura, mas tem controle dos sintomas. Quanto mais rápido o paciente iniciar o tratamento nas terapias com psicólogo e fisioterapeutas, os resultados são mais satisfatórios para a melhora da qualidade de vida.

Sara Andreozzi Petrilli do Nascimento
Psicóloga da Clínica Elgra

Imagem: Folha de Ribeirão Pires

Sara Andreozzi Petrilli do Nascimento

Psicóloga

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