Artigos

Degradação ambiental: recuperação de florestas, economia, saúde e vida

Por Antônio Borges

<p>Crise h&iacute;drica, crise energ&eacute;tica, escassez de recursos, produ&ccedil;&atilde;o industrial sem mat&eacute;ria prima, contas cada vez mais caras ao bolso do brasileiro. Apesar de muitos n&atilde;o saberem ou ignorarem o fato, o clima e o meio ambiente vem cobrando da humanidade os anos de explora&ccedil;&atilde;o a pre&ccedil;os altos. De acordo com a organiza&ccedil;&atilde;o internacional Global Forest Watch, entre 2018 e 2019, Brasil, Bol&iacute;via e Peru figuravam entre os cinco pa&iacute;ses que mais perderam florestas prim&aacute;rias no mundo.</p> <p>A grilagem de terras, a expans&atilde;o de fronteiras agropecu&aacute;rias, a minera&ccedil;&atilde;o e a explora&ccedil;&atilde;o econ&ocirc;mica descontrolada s&atilde;o consideradas as principais atividades respons&aacute;veis pela perda de floresta. Outro fator menos abordado nas pautas di&aacute;rias &eacute; a degrada&ccedil;&atilde;o, o fen&ocirc;meno que acontece quando perturba&ccedil;&otilde;es externas tiram daquele ecossistema sua capacidade de funcionar normalmente, como secas, inc&ecirc;ndios, extra&ccedil;&atilde;o de madeira, etc. A grande quest&atilde;o aqui &eacute; que esse acontecimento tem um papel fundamental na maneira como as florestas se modificam e, atualmente, n&atilde;o h&aacute; no Brasil nenhum tipo de pol&iacute;tica para se evitar a degrada&ccedil;&atilde;o.</p> <p>Neste sentido, &eacute; importante dizer que os estados brasileiros possuem normativas diferentes para a realiza&ccedil;&atilde;o de compensa&ccedil;&atilde;o ambiental, mas &eacute; preciso ir al&eacute;m. A &ldquo;substitui&ccedil;&atilde;o&rdquo; de uma floresta madura e conservada por uma outra em est&aacute;gio inicial, passa longe de apenas realizar o plantio. &Eacute; necess&aacute;rio que os investimentos que v&atilde;o para a restaura&ccedil;&atilde;o tamb&eacute;m possam ser aplicados para a conserva&ccedil;&atilde;o do ecossistema.</p> <p>Ainda de acordo com a pesquisa, nos &uacute;ltimos 10 anos, as taxas de perda de florestas prim&aacute;rias se mantiveram altas. No Brasil, sa&iacute;mos de menos de 1% em 2002 e chegamos a 7% em 2019, o que &eacute; preocupante, j&aacute; que as florestas prim&aacute;rias s&atilde;o as que mais armazenam carbono. Para se ter uma ideia dessa dimens&atilde;o, uma &aacute;rvore de tr&ecirc;s metros de circunfer&ecirc;ncia pode armazenar entre tr&ecirc;s a quatro toneladas de carbono, o que equivale entre 10 e 12 toneladas de CO2, o g&aacute;s causador do efeito estufa, liberados novamente na atmosfera quando ela &eacute; cortada.</p> <p>Uma floresta &ldquo;nova&rdquo;, realizada por conta de compensa&ccedil;&atilde;o ambiental, necessita ser acompanhada por pelo menos cinco anos, para que crie a sua biodiversidade de forma natural e tenha um desenvolvimento consistente, sem o abandono frente &agrave; degrada&ccedil;&atilde;o. O Brasil se movimenta para discutir as quest&otilde;es ambientais, e diversos pa&iacute;ses j&aacute; acenam para os investimentos vindos do setor privado, colocando na agenda o seu comprometimento com uma compensa&ccedil;&atilde;o ambiental segura e sadia. Na D&eacute;cada da Restaura&ccedil;&atilde;o, e no momento atual de diversas crises advindas de nossas florestas degradadas, precisamos que esse movimento se fortale&ccedil;a e prevale&ccedil;a para o bem de nossa economia.</p> <p>Ant&ocirc;nio Borges<br /> CEO da PlantVerd</p>

Imagem: Folha de Ribeirão Pires

Antônio Borges

CEO da PlantVerd

Mais lidas agora

Mais Artigos