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Vamos falar sobre cuidados paliativos?

Por Sara Andreozzi Petrilli do Nascimento

Todos os segundos sábados do mês de outubro é comemorado o Dia Mundial de Cuidados Paliativos. No Brasil, somente em agosto de 2011 é que a medicina paliativa veio a se tornar uma área de atuação médica, segundo resolução 1973/2011 do Conselho Federal de Medicina. 

O Sistema Único de Saúde (SUS) estabelece que os cuidados paliativos deverão ser ofertados em qualquer ponto da rede de atenção à saúde (Resolução nº 41, de 31 de outubro de 2018). Considera-se no Brasil o processo de envelhecimento populacional e o aumento de doenças crônicas não transmissíveis. 

O tema é abrangente e tem como foco a prevenção e o alívio do sofrimento por meio de identificação precoce, avaliação criteriosa, tratamento de dor e demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais. Preservar a dignidade do paciente até o fim da vida.

Pode ser realizado em casa, nos hospitais ou hospices.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define que a especialidade de cuidados paliativos é promovida por uma equipe multidisciplinar, que promove a qualidade de vida de pacientes e seus familiares, que enfrentam doenças que ameacem a continuidade da vida.  

O termo paliativo é originário da palavra pallium, que significa coberto com capa, manto que os cavaleiros usavam para se protegerem das tempestades durante as viagens. Referente aos cuidados paliativos, o objetivo é cobrir, amparar, proteger os doentes do sofrimento evitável. 

O tratamento de cuidados paliativos pode ocorrer em qualquer fase de uma doença grave, mas sua necessidade e seu valor ficam mais claros quando a medicina esgota seus recursos terapêuticos. Contudo, se não há mais o que fazer pela doença, sempre há o que se pode fazer pela pessoa. O profissional de saúde atento e dedicado não deixará passar desapercebido um olhar, um gesto, palavras, atitudes e pensamentos de seu paciente. O objetivo não é mais a cura, mas sim a melhor qualidade de vida possível.

A contribuição dos cuidados paliativos é o resgate da morte como um evento natural e esperado, frente à doença grave. A morte não é acelerada ou prolongada. O foco sempre será na vida que ainda pode ser vivida.

A intervenção do psicólogo, além das desordens psíquicas, tem como foco buscar maneiras para que o paciente tenha a sua autonomia respeitada. É necessário escuta atenciosa e acolhimento das demandas. 

Cuidar do outro de maneira humana, com amor, respeito e ética é a melhor forma de se trabalhar pela saúde física e mental de alguém.

Sara Andreozzi Petrilli do Nascimento
Psicóloga da Clínica Elgra,   especialista em psicossomática psicanaítica. CRP 82574/06.

Imagem: Folha de Ribeirão Pires

Sara Andreozzi Petrilli do Nascimento

Psicóloga

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