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Impactos do coronavírus na saúde mental

Por Anne Lucy Vieira

Diante da orientação da Organização Mundial da Saúde como medida de Saúde Pública para que a população mantenha o isolamento social, com o objetivo de minimizar a pandemia do Covid-19, parece-nos que uma nova realidade, também, configurar-se-á na saúde mental.

Trata-se de estar diante de uma nova forma de rotina e de relacionar-se (ou, a de não se relacionar) com o outro, mas também consigo.

Sabemos que o ser humano é um ser que tem necessidade de estar em contato com outros de sua espécie, principalmente para partilhar a vida na forma de comunicação (verbal, comportamental e sensorial).

Desprovidas parcial ou totalmente destes relacionamentos sociais, penso que para algumas pessoas o confinamento pode se tornar um incômodo.

Quando alguma experiência ultrapassa as fronteiras da normalidade passa a entrar no campo da alteração emocional, cognitivo e/ou comportamental.

Já se nota a crescente ansiedade diante da existência da pandemia associada a incertezas sociais em relação à alimentação, locomoção, emprego e principalmente ao risco de contágio.

Os desdobramentos psicológicos podem se manifestar no sentido de produzir instabilidade e insegurança oriundo de uma nova doença que ainda não temos imunidade.

De acordo com uma pesquisa publicada na revista científica "The Lancet" sobre os efeitos psicológicos da quarentena durante o período da epidemia de SARS (a síndrome respiratória aguda surgida em 2002), 29% das pessoas apresentaram sintomas de estresse pós-traumático.

Enquanto 31% tiveram depressão depois do isolamento.

A solitude é um estado desejável de privacidade que permite a reflexão e a subjetivação pessoal, mas a solidão pode produzir tristeza em excesso.

A inatividade pode produzir desânimo e o ócio, se não for criativo, pode produzir um estado de letargia existencial.

Procure ativar corpo e mente constantemente como se estivesse no ritmo de trabalho.

Sempre que possível faz-se necessário tomar medidas preventivas para cuidados com a saúde mental nesse período de quarentena, tais como:

1) diminuir o excesso de informações,

2) cuidar do corpo,

3) fazer coisas que gosta,

4) colocar as coisas em ordem,

5) estabelecer uma rotina,

6) se conectar virtualmente com pessoas,

7) tomar as devidas precauções recomendadas pelos especialistas.

Em suma, aproveite a melhor companhia: você. E se algo realmente fugir do controle, peça ajuda.

Anne Lucy Vieira Psicóloga - Especialista em Teoria Cognitivo Comportamental

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