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Salve 20 de novembro: viva a resistência negra

Por Elza da Silva Carlos

O Dia da Consciência Negra foi incluído no calendário oficial de Ribeirão Pires em 2003, e neste ano completa 16 anos desde a sua implementação.

A data rememora a luta de Zumbi dos Palmares, líder negro do Quilombo dos Palmares, onde negros, índios e pobres resistiram por 100 anos.

Zumbi foi assassinado em 20 de novembro de 1695, sendo seu corpo esquartejado e exposto em Pernambuco.

A data é um marco na história do povo brasileiro, uma oportunidade de se discutir acerca dos problemas estruturais que a população negra ainda sofre, consequências de um modelo econômico que se implantou a partir da invasão portuguesa no Brasil.

Apesar de 53,09% da população brasileira ser negra, são os que menos ganham, vivem mal e são mais suscetíveis à violência, como mostra estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística divulgado este ano.

A violência contra jovens negros tem resultado na perda prematura dos que tinham um longo caminho pela frente.

O caso do menino Lucas, da Vila Luzita, bairro de Santo André, desaparecido desde o dia 13 de novembro, comprova a tese da violência contra os negros, sobretudo, a juventude negra.

Este ano, optamos por discutir temas relevantes como violência contra a população negra e sua cultura.

Em meio à diversidade de valores e culturas a que estamos inseridos, faz-se necessário repensarmos nossas ações diante das atitudes de desrespeito com os afrodescendentes, que formam a maioria da população brasileira, sendo historicamente discriminados e desrespeitados em suas raízes e manifestações.

Assim sendo, percebe-se a necessidade de um trabalho constante, proporcionando debates, momentos de reflexão, valorização da história e cultura africana, compreendendo sua importância para o diálogo e convivência harmônica com a diversidade.

Vamos ocupar os espaços e realizar grande Kizomba, a festa do povo negro ribeirãopirense.

Elza da Silva Carlos Formada em história com mestrado em história social pela PUC São Paulo.

Imagem: Folha de Ribeirão Pires

Elza da Silva Carlos

Formada em história com mestrado em história social pela PUC São Paulo

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