Artigos

Suicídio: o desejo da morte ou o pedido de socorro?

Por Folha de Ribeirão Pires

O suicídio representa a segunda causa de internações na população de 10 a 19 anos, do sexo feminino na rede SUS. Em São Paulo, esta é a terceira causa de morte, ao lado dos acidentes de trânsito e dos homicídios. As pesquisas apontam que, vem crescendo os comportamentos suicidas entre os adolescentes, o que nos faz questionar os motivos, repensar o que vem acontecendo com nossos jovens, que recorrem ao suicídio como a única possibilidade.
 
A adolescência é um período marcado por conflitos internos e externos, pois trata-se de um período de construção da identidade.
Mudanças corporais, rupturas com a sociedade e com a família estão presentes nessa fase de transição. 
 
Alguns sinais podem indicar que o adolescente precisa de ajuda, embora nem sempre os sinais sejam muito claros: 
 
Estado de humor irritável ou depressivo duradouro e/ou excessivo; Períodos prolongados de isolamento ou hostilidade com família e amigos; Afastamento da escola ou queda importante no rendimento escolar; Afastamento de atividades grupais e comportamentos como abuso de substâncias (álcool e drogas); Violência física; Atividade sexual imprudente; Fugas de casa.
 
O suicídio é multideterminado e só pode ser compreendido a partir da interação do sujeito com a sociedade. Se, ao sentir do paciente muitas perdas acontecerem em sua vida, suas potencialidades e esperança, este pode sentir-se morto afetivamente e se sentir culpado por isso. O sofrimento vivido na mente é consumado no corpo.
 
Se por um lado a construção social valoriza o individualismo, a autonomia,  e a escolha profissional, por outro, se opõe a esse tipo de manifestação, condenando esse sujeito a ser feliz, ainda que o mesmo não tenha um lugar previamente estabelecido e, qualquer reação a tais imposições, é vista como rebeldia. 
 
O sujeito em sofrimento, via de regra, não consegue lidar com seu conflito sozinho, tão pouco sua família consegue o ajudar.
Muitas vezes, o sofrimento do jovem fica mascarado na ideia de que este faz parte, é o adolescente rebelde, sem causa. O limite entre o normal e o pedido de ajuda é muito tênue.
 
O acompanhamento psicológico para adolescentes irá ajudar o jovem a se organizar em meio a todas estas mudanças que acontecem, entender seus sentimentos, se controlar melhor e cuidar de todos os conflitos que surgem, sejam eles relacionados aos outros, ou a si mesmo. Desta forma, na dúvida converse com um psicólogo, ele poderá esclarecê-las.
 
O suicídio, acomete não só a vítima, propriamente dita, mas também todos aqueles que o circulam, como familiares e amigos.
 
Adriana Martins Ferreira
Psicóloga - CRP06/81291 (99857-9828)

Imagem: Folha de Ribeirão Pires

Mais lidas agora

Mais Artigos