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Doar órgãos faz bem a todos

Por Folha de Ribeirão Pires

Sem dúvida, um problema complexo até para o debate. Envolve tudo o que há de mais sagrado nesse “plano” da vida. Quando se trata de doador vivo, este abre mão de parte de seu corpo para  integrar o corpo de outra pessoa. 
 
Noutra condição, o doador é considerado falecido pela ciência, mas precisa ter a sua vida prolongada por aparelhos para que a vida de outro siga com mais conforto, ou simplesmente continue. Essa é a parte física inescapável dessa relação entre receptores e doadores de órgãos. Embora de extrema gravidade, essa talvez seja a etapa menos complicada. A partir daqui, envolve valores éticos, morais, religiosos e principalmente de formação pessoal.
 
Existem religiões que não permitem a transfusão de sangue a seus seguidores. Não raro o noticiário divulga um conflito entre um médico com o dever de salvar o paciente e uma família que não permite a realização desse processo. Outros preferem não fazer a doação de órgãos de algum familiar, por entender que a pessoa deve ir para o outro plano sem faltar pedaços, na sua integralidade, como aportou por aqui.
 
Quem tem um ente querido precisando de um órgão não entende as razões de alguém se negar a dar condições a alguém de uma vida melhor a outra pessoa. Essa defesa poderia até ser reforçada com o princípio religioso do “ama ao próximo como a ti mesmo”.
Aqueles situados numa posição oposta, com um parente à beira da morte, podem colocar dúvida na Ciência e acreditar numa possibilidade de cura e consequente sobrevida do ente querido. 
 
Essa tese também tem o reforço da fé religiosa. Inclusive, pode reforçar essa posição com a tese de que alguém só se torna santo se possuir dois milagres comprovados. Ou seja, quem assim se posiciona tem todo direito de acreditar que seu parente seja merecedor de um milagre. Apesar de parecer contraditório comprovar milagres, não se pode negar que se trata de um requisito exigido para a beatificação de alguém.


Pedro Cardoso da Costa: Bacharel em Direito

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